A escolha do sucessor de Bento XVI poderá ser feita por até 115 cardeais, aptos a votar no conclave, dos quais cinco são brasileiros. Todos eles estão em Roma desde sábado. Dom Raymundo Damasceno, dom Cláudio Hummes, dom Odilo Scherer, dom Geraldo Majella Agnelo e dom João Braz de Aviz se preparam para as reuniões preliminares, no Colégio de Cardeais, que começam segunda-feira (4).
Pelos dados do Vaticano, estão credenciados para a cobertura da escolha do sucessor de Bento XVI 3.641 jornalistas, de 968 meios de comunicação e 24 idiomas. No total, são 156 repórteres fotográficos, 2.470 repórteres e técnicos, 231 repórteres de rádio e 115 profissionais de internet. As informações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Não há data definida para o começo do conclave. Também não há prazo para a sua conclusão. No passado, o conclave chegou a durar dois anos e meio. Pela legislação do Vaticano, a escolha do papa deve ser definida por dois terços dos votos favoráveis. Sem consenso, podem ser realizadas até 33 votações até definir o nome escolhido.
Bento XVI, de 85 anos, deixou o pontificado no último dia 28. Desde então ocorre o período de sé vacante (sem papa). A expectativa, segundo o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, é definir o sucessor de Bento XVI até a Páscoa – na última semana do mês.
Anel
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, reiterou no sábado que o anel do pescador – colocado no dedo anular direito do cardeal que é coroado papa – será destruído na presença do Colégio dos Cardeais. O anel é de ouro e tem o nome do papa e, em alto-relevo, o apóstolo Pedro pescando sobre uma barca. Mas o porta-voz confirmou que os selos utilizados pelo papa emérito Bento XVI, de 85 anos, foram anulados.
Lombardi disse que ainda não há uma definição sobre quantos dos 115 cardeais estarão presentes no conclave. Segundo ele, 75 cardeais vivem em Roma, mas os outros estão fora da Itália.
Pela legislação do Vaticano, estão aptos a votar os cardeais que têm menos de 80 anos. Antes do conclave, os cardeais participam de uma missa na Basílica de São Pedro e depois seguem para a Capela Sistina. Os cardeais fazem um juramento de sigilo e, em seguida, participam de um ritual de meditação.
O papa é eleito se obtiver dois terços dos votos. Do contrário, podem ser realizadas até 33 votações seguidas. No caso de não haver consenso, a última rodada é definida entre os dois mais votados. Uma vez escolhido o papa, é produzida uma fumaça na cor branca.
Dom Odilo Scherer
Um dos nomes cotados é do cardeal brasileiro dom Odilo Scherer. E neste final de semana o nome do cardeal ficou ainda em mais evidência depois que o jornal italiano La Stampa divulgou notícia falando do crescimento da cotação para dom Odilo Scherer se tornar o novo Papa. Segundo a publicação, com escolha do brasileiro, seria eleito um secretário de Estado do Vaticano italiano. Um dos objetivos, de acordo com especulações, seria a não escolha de um papa europeu.