O Hospital da Cidade (HC) divulgou na sexta-feira uma nota que alertava sobre a lotação completa das UTIs Neonatal e Pediátrica na instituição. A situação, porém não é única. Passo Fundo é referência para os 62 municípios abrangidos pela 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ªCRS), por meio do HC e do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), para atendimentos de gestação de alto risco devido a complicações, como diabetes, pré-eclâmpsia, trabalho de parto prematuro ou retardo no crescimento. As duas instituições estão com os leitos de UTI Neonatal lotados. De acordo com o coordenador da 6ª CRS, Luiz Fabrício Scheis, já está sendo estudada uma forma de ampliação desse número de leitos com o auxílio do Estado.
A grande demanda apresentada na região e a pouca rotatividade dos leitos, já que em muitos casos os bebês permanecem por vários meses na UTI, estão entre as causas da lotação. De acordo com a médica Celi Zimermann, responsável pelo serviço do HC, a utilização dos leitos de UTI é sempre de 100%. “Quando tem um caso de urgência geralmente lutamos para fazer o remanejo. Quando a paciente chega e precisa de UTI Neonatal entramos em contato com os hospitais mais próximo e se não encontramos vaga, cadastramos na Central de Vagas”, explica.
Na última semana, a chegada inesperada de uma mãe em trabalho de parto prematuro obrigou a equipe a fazer um remanejo de leitos. Uma criança que estava na UTI Neonatal para ganhar peso precisou ser transferida para a UTI Pediátrica para liberar a vaga para o novo paciente. Esse procedimento, no entanto só é possível de ser realizado quando o paciente apresenta condições de sair da UTI sem prejuízos para a saúde. No hospital há o caso de uma menina que nasceu em dezembro pesando 800 gramas e permanece internada, o que demonstra a baixa rotatividade dos leitos.
No HC hoje há seis leitos de UTI Neonatal. “Temos uma série de patologias encaminhadas de toda a região e temos CTI Neonatal que conforme chegam as gestantes ela vai lotando”, reforça. A instituição oferece ainda um serviço de pré-natal de alto risco. A nota oficial divulgada pelo HC, destacava que a neonatologia da instituição estava com nove crianças recém-nascidas em atendimento, elevando consideravelmente a taxa média de ocupação. “Por estar integrado a rede de regulação da Central de Leitos do Rio Grande do Sul, os profissionais da UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital da Cidade alertam que esta situação de “vaga zero” para novos pacientes repete-se nos principais hospitais do estado”, enfatiza a nota.
São Vicente
A enfermeira coordenadora dos UTIs Neonatal e Pediátrica do HSVP Josivane Conte explica que para os recém-nascidos estão disponíveis 18 leitos, e para crianças até 12 anos, outros 13. As vagas neonatais são regularizadas pela Central de Leitos do Estado, já que o hospital também é referência para este tipo de atendimento. “As gestantes de alto risco da região vêm fazer o parto aqui e a maior parte dos leitos é ocupada por bebês que nascem no nosso centro obstétrico”, esclarece. Ela também defende que um aumento no número de leitos no município seria importante para atender a toda demanda da região.
Hospital Pronto Clínica
O Hospital Pronto Clínica também tem UTI Neonatal, no entanto, por se tratar de uma instituição privada, os leitos são utilizados por usuários do plano de saúde próprio e também de alguns convênios que atende. Eventualmente a Secretaria de Saúde Estadual solicita vagas para a instituição quando não há outra possibilidade na rede pública.
Aumento de leitos
O coordenador da 6ª CRS Luiz Fabrício Scheis destaca que está ciente do problema e que está sendo estudada, com o governo do Estado, uma forma de se aumentar o número de leitos no município, uma vez que Passo Fundo concentra atendimentos de toda a região de abrangência da coordenadoria, e em alguns casos até de outras partes do Estado. Ele esclarece ainda que com a Central de Regulação de Vagas estadual quando uma criança não encontra vaga no município ela é encaminhada para outros lugares onde há leito de UTI Neonatal disponível. “Estamos buscando agilizar esse processo. O Estado tem o dever de buscar soluções para que não tenhamos esse acumulo”, finaliza.