Cálculo da secretaria indica tarifa de R$ 2,76

Resultado do estudo foi apresentado ontem pelo secretário Cristian Thans na audiência pública que tratou do reajuste das tarifas do transporte urbano

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A Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Gerais apresentou ontem na audiência pública na Câmara de Vereadores o valor de R$2,76 para a tarifa do transporte coletivo urbano. O valor é resultado da média das planilhas das três empresas concessionárias. Porém, a decisão final será do prefeito Luciano Azevedo. Na manhã dessa sexta-feira o conselho municipal de transportes se reúne para debater o tema.  O estudo foi apresentado pelo secretário Cristian Thans.

O vereador Eduardo Peliciolli, PSB, aproveitou o espaço para manifestar sua indignação diante do horário que a audiência foi marcada. Ele também reclamou que não houve tempo hábil para estudar com profundidade as planilhas antes da audiência pública, já que a data foi marcada no inicio dessa semana, sem conhecimento prévio da casa. Segundo o parlamentar foi possível apenas realizar um estudo inflacionário.  O vereador, também frisou que as empresas alegam que as meias passagens contribuem para o aumento do valor da tarifa. “As empresas apontaram que cerca de 10% das carteirinhas que circulam são falsas”, disse. Para resolver isso a CEBES se comprometeu na reunião de quarta-feira, realizar encontros para discutir a criação de um cadastro único dos estudantes para que não aconteça esses casos de carteiras falsas. Peliciolli ainda sugeriu, que caso ocorra o aumento, que a tarifa fique no valor de R$2,60.

O representante do movimento pela moradia, Julinho Gonçalves, trouxe a questão da falta de licitação para concessão do serviço. Outras organizações também frisaram isso e também trouxeram para o debate a falta de qualidade no transporte. Para o professor Celso, não basta discutir apenas o aumento da passagem, precisamos discutir a mobilidade como um todo.  As entidades também destacaram que é inadmissível o usuário ficar as vezes até quarenta minutos esperando um ônibus, realidade comum.

Luiz Lottermann representante do DCE-UPF, disse que quando as empresas apresentaram as planilhas a entidade solicitou à CEBES uma audiência publica, contudo ainda não receberam resposta. Ele também afirmou que as empresas não deveriam considerar que os estudantes tornam o valor da passagem oneroso, por conta da compra do meio passe, já que nos horários de pico, onde há maior público estudantil utilizando o transporte coletivo, os ônibus estão superlotados. O aumento da tarifa também é um fator que prejudica a permanência estudantil, já que os gastos com material, moradia, alimentação e mensalidade são fatores que prejudicam a permanência do estudante no ensino e o aumento da passagem significa o aumento dos custos dele.

Gratuidade aos estudantes

Bradimir da Silva defendeu a municipalização do transporte coletivo urbano. O membro do PSTU disse que a gratuidade da tarifa aos estudantes colocaria fim as fraudes existentes hoje e estaria contribuindo com politicas de acesso e qualidade de educação. Também salientou que é contrário a qualquer tipo de aumento e criticou a inércia dos governos, “Infelizmente sai governo e entra governo, mudam as pessoas, mas não muda as práticas. O horário é um exemplo, pois parece que foi agendado para a sociedade não participar.”, disse.

Para o procurador Marcelo Zeni não há cálculo que justifique esse aumento e cobrou do governo mudanças no cenário do transporte público. “Já que o prefeito se elegeu com o lema: manter o que está bom e melhorar o que não está. Por que não mudar isso? por que não fazer uma licitação?”, disse. 

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