Sem intervalo

Risco de desmoronamento de muro força direção a suspender atividades no pátio de escola

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

O risco de desabamento de um muro obrigou a direção da escola estadual de ensino fundamental Anna Willig, no bairro Operária, a suspender todas as atividades no pátio do educandário. Desde ontem, os 536 estudantes dos turnos da manhã e tarde estão sem intervalo. As aulas de Educação Física terão de ser realizadas dentro da sala de aula.

A decisão foi tomada em reunião realizada na quarta-feira, entre direção, professores e pais dos alunos. “Pensamos várias alternativas, inclusive liberar parte do pátio, mas para não corrermos nenhum risco de acidente, fechamos toda a área” explicou a diretora Elemara Portella. A medida também alterou a rotina dos horários. Com eliminação do intervalo, a aula segue sem interrupção e os estudantes são liberados às 17h30min, 15 minutos antes do horário tradicional.

O muro, de aproximadamente 50 metros de extensão e 2,5 m de altura, separa as quadras de vôlei e futsal de um terreno vizinho. Os primeiros indícios de desmoronamento surgiram ainda em 2010. Desde lá, a direção deu início ao processo de recuperação, encaminhando toda a documentação para a 7ª Coordenadoria Regional de Educação e Coordenadoria Regional de Obras do Estado. A situação se agravou ainda mais na terça-feira à noite. As chuvas provocaram o rompimento da base de sustentação, aumentando as chances de acidente.

“No dia anterior havíamos ligado para a CRE e fomos informadas de que o processo já havia sido encaminhado ao Cage, para análise da questão financeira” diz a diretora. Segundo ela, a licitação para recuperação do muro já ocorreu em 2012, mas a burocracia, afirma, está adiando o início dos trabalhos.

Vistoria Uma equipe da seção de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros esteve quarta-feira no local, por solicitação da própria direção. Segundo o sargento Osmar de Moraes, a situação se agravou em função das chuvas. “Efetuamos um boletim de atendimento e constatamos o risco iminente de queda. Orientamos pela interdição parcial da área” explicou.

Na reunião entre direção e pais, chegou a ser cogitada a instalação de uma fita nas proximidades, para utilização do restante do pátio, mas a sugestão foi descartada. “O ideal seria isolar com tapumes, mas como não temos recursos para isso, por consenso decidimos não correr nenhum risco. Com a fita certamente haveria aproximação de crianças” diz a diretora. Segundo ela, o educandário está funcionando sem alvará dos bombeiros desde janeiro em razão da falta de um laudo elétrico.

O que diz a 7ª CRE
Coordenadora da 7ª Coordenadoria Regional de Educação, Marlene Silvestrin afirmou que a obra está orçada em R$ 108 mil e que o início depende apenas da liberação da execução por parte da Divisão de Obras Escolares, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Educação. O trabalho será realizado por uma empresa de Santo Ângelo, vencedora da licitação. “Pode iniciar amanhã ou na semana que vem. Nossa expectativa é de que seja o quanto antes” afirmou.

Sem futsal no intervalo
A notícia sobre a interdição do pátio pegou de surpresa estudantes dos turnos da manhã e tarde ontem. Aluno da 6ª série, Alexandre Rodrigues da Silva lamentou não pode usar a quadra para o tradicional futsal no recreio, mas disse entender o risco de acidente, principalmente para os menores. “A gente ainda pode correr e escapar, mas para os menores é mais difícil” afirma. Através de um das janelas do segundo andar do prédio, a estudante Andriely Vargas, 12 anos, aponta para a bancada existente junto ao muro, local em que ela e as amigas costumam sentar para colocar a conversa em dia no intervalo. “Sempre ficamos lá no canto do muro. É o local mais perigoso” observa.

Gostou? Compartilhe