Progressos é saneamento
Dois problemas que não podem ser apenas contornados em qualquer cidade: esgoto e lixo. Neste sentido o ex-prefeito Dipp adotou corajosamente uma postura indispensável a quem deseja intitular-se prefeito, ao postular (intransigente) a aceleração das obras para instalação de sistema de coleta e tratamento de esgoto cloacal. Sem essa questão solucionada não há como sobreviver nas cidades. Quanto ao recolhimento do lixo é semelhante embora menos dramático. Administração que consegue evoluir no projeto de saneamento básico garante algo essencial. A reportagem da Natália Fávero chama atenção para as novas ligações e enfatiza as repercussões benéficas para o meio ambiente e para saúde das pessoas que conseguem ligar sua propriedade ao sistema de coleta da CORSAN.
Rio Limpo
Quando teremos um rio Passo Fundo em condições dignas? Embora não seja especialista na matéria, em se tratando especificamente do rio Passo Fundo, o importante para começo de conversa é sabermos onde se colocam as fezes, para não prosseguirmos jogando no rio. De todos os dejetos, o mais terrível e implacável exterminador das condições de vida no rio Passo Fundo é o esgoto cloacal. Por isso, os quase 3 mil moradores notificados a proceder a ligação devem priorizar a oportunidade. Imaginem que serão quase dez mil pessoas deixando de despejar tudo isso no rio. Um dia teremos que atingir o índice de limpeza total, para que o rio recupere sua vida. Assim, parece-nos que todos os melhoramentos, inovações e sofisticações são muito importantes para o desenvolvimento. Se não houver destinação e tratamento do esgoto, jogando diretamente no rio, será o mesmo que comprar sofá novo de veludo e instalar num chiqueiro, sem melindrar os criatórios de suínos, que são exemplo de tratamento do esgoto. Enfim, queremos persistir na idéia de que uma cidade começa a se resolver ao tratar do esgoto.
Doméstica
Vemos muitas pessoas abordando a boa notícia da equiparação da empregada doméstica à classe geral de trabalhadores, com direitos a FGTS, hora extra, salário, previdência, vínculo e tratamento justo, demonstrando certa preocupação. Sem sobressalto, trata-se de ajuste social urgente que deveria ter acontecido antes. Claro, conquistar respeito e remuneração justa exige luta e sacrifício, como foi a luta das empregadas domésticas (ou empregados). Como já se disse, é urgente assimilarmos este “avanço civilizatório”.
O campo
Estamos entrando na importante fase da colheita da soja, com boas perspectivas. Esta riqueza, que é genuinamente produção, merece toda atenção e prioridade, principalmente o aspecto mais urgente que é a estrada para escoamento da safra.
Retoques:
* Já confessei que tenho certo retardo na absorção de algumas leituras, ou não sei ler. Por isso demoro mais e releio. Quem não tem cabeça tem pernas. E cá estou eu relendo, sem preocupação com esta limitação, curtindo novas emoções em cada trecho do livro “É pensando nos homens que eu perdôo aos tigres as garras que dilaceram”. E já considero um Manual de consulta.
* Por estar mais curioso em ler Cláudia, reli o cruor da tragédia familiar sintetizado com equilíbrio e vigor inteligente. Josiane Faria, Mariane Sbeghen e a sutilíssima Marina de Campos, todas apresentaram abordagens repletas de razões, para convencer e comover o leitor.
* Ivaldino Tasca. Que coisa, rapaz! Você chega aos 60, escreve com a experiência de 80 e com a força dos 15 anos. Maluco é quem duvida desse teu desassombro. Nesta obra, um corolário de literatura, percebe-se a tríplice ação do Tasca: o escritor, o repórter e o sociólogo. Sem destoar dos outros participantes do livro, nutre enormes espaços para reflexão e até uma triste comoção por tanta dor injusta estupidamente impingida à mulher. Parece contraditório o que ouso afirmar. É obra em cima do óbvio translúcido na realidade dos históricos estigmas ridículos, mas esse óbvio é simplesmente inteligente!