Hoje, 2 de abril, é marcado mundialmente como o Dia do Autismo. A escolha de uma data para lembrar o autismo tem como principal objetivo desmistificar a questão. Em Passo Fundo, para comemorar o momento dedicado aos autistas, está sendo promovida uma semana inteira de programação, que começou ontem, durante a sessão da Câmara de Vereadores, que teve a participação dos pais e familiares dos autistas vestidos de azul, além do pronunciamento da vereadora Claudia Furlanetto.
Crianças e jovens autistas moradores de Passo Fundo desde 2001 contam com uma escola própria. Mas as tratativas começaram ainda no final dos anos 90, quando uma reunião criou a Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma). “Em 2001 a escola foi oficialmente inaugurada, mas alguns anos antes começaram as reuniões que acabaram na criação da associação. Então, já se começou a trabalhar o movimento para que realmente existisse a nossa escola”, comenta Tanise Donadussi da Silva, diretora.
Atualmente são atendidos 51 alunos, que têm idades entre 6 e 35 anos. A escola é aberta a todos os autistas que tenham o diagnóstico. “É preciso buscar antes uma avaliação multiprofissional, que inclui psiquiatra, neurologista, fonoaudiólogo, psicólogo, entre outros, e então são encaminhados para a escola”, explica Tanise. Hoje a Escola Municipal de Autistas Olga Caetano Dias funciona no bosque Lucas Araújo, com aulas nos turnos da manhã e tarde. “Pela manhã temos 26 alunos e à tarde, 25. Pela manhã atendemos da pré-escola, 5 anos, até os 12 anos de idade. A partir dessa idade, são atendidos no turno da tarde, no EJA, Educação de Jovens e Adultos”, destaca a diretora.
São 17 professores atuando em sala de aula, além da equipe diretiva, coordenação, secretaria e serventes. Para atuar na escola, os professores têm formação específica em autismo. No período que estão na escola, os autistas participam de diversas atividades, tais como hora do conto, musicoterapia e educação física.
Associação dos Amigos da Criança Autista
A Auma, Associação dos Amigos da Criança Autista, foi o primeiro passo para que as crianças e jovens tivessem atenção especial no município. Este ano a associação completou 14 anos, no dia 31 de março. O início do grupo se deu em encontros promovidos pelos pais e mães de autistas com o intuito de conhecer melhor a síndrome, que afeta a capacidade de comunicação.
A entidade é presidida por Myrna Pierozan, que conta que os encontros começaram por acaso. “E estava fazendo compras no mercado e percebi que tinha uma criança com sinais de autismo, me aproximei da mãe dessa criança e comentei que meu filho era autista. No início ela ficou um pouco assustada, mas a partir daí conseguimos reunir um grupo de cinco pais, então fundamos a Auma”, lembra.
A cor azul
A cor azul é definida como símbolo do autismo pelo fato da síndrome ser mais comum em meninos. Ela acontece na proporção de quatro meninos para cada menina. Por este motivo, na sessão da Câmara de ontem, os pais e familiares vestiam a cor azul. Em algumas cidades, monumentos recebem uma iluminação dessa cor no dia 2 de abril, tal como o Cristo Redentor no Rio de Janeiro. Da mesma forma, os pais, professores e amigos dos autistas sugerem que quem quiser auxiliar nessa campanha de conscientização, use roupa dessa cor durante o dia de hoje.
Programação
02 de abril - mateada na Praça Tamandaré a partir das 14 horas. Caminhada com distribuição de informativos sobre o autismo.
03 de abril – participação da Missa da Saúde, na Catedral, às 16 horas.
04 de abril - piquenique e caminhada na UPF
05 de abril - encontro para familiares na escola, às 18 horas, quando será realizada uma “Tarde de troca de experiências saboreando um delicioso Chá”
06 de abril - mateada às 14 horas na Cohab Secchi, no terreno da nova escola, com caminhada pelo bairro e distribuição de informativos sobre o autismo entre outras atividades.