Reciclar a consciência

ON nas Escolas: Lincke Carvalho e Rafaela Hunoff Batista/Alunas Escola Bela Vista (*)

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Hoje vivemos com um grande problema que nós mesmos criamos. “Lixo”.

Em pleno século XXI, com tantas modernidades, com tantas vantagens que temos, estamos sofrendo com essa questão. Se hoje vivemos com esse problema é por irresponsabilidade nossa mesmo, antigos atos que passam despercebidos por nossa consciência, que não damos o valor certo que deveria ter; um simples ato de jogar papel no chão pra nós não faz diferença, o que importa é que me livrei do papel, mas não me livrei da sujeira e do peso da minha consciência. Caso chover, por causa do meu papelzinho e de milhares de outras pessoas, entupiu o bueiro, alagou a rua, coloca-se a culpa no poder público que não faz direito a limpeza. De todos os papeizinhos jogados a cada dia, dinheiro é perdido, pois tudo vale dinheiro, inclusive o lixo. Só que atitudes corretas, poucas pessoas tomam e a culpa é nossa por não nos responsabilizarmos pelo que vai ao lixo.

A prefeitura de Passo Fundo tenta solucionar esse grande problema, criando campanhas visando o nosso dever sobre o lixo. Também foram instalados maios de 700 contêineres para que possamos separar corretamente o lixo.
Em nossa cidade existem mais de 70 descartes irregulares, segundo o Gesp.

Que providências poderiam ser tomadas em torno disso? A prefeitura deve ampliar o recolhimento e passar em mais locais para que diminuir as irregularidades do mau descarte.

Em relação à cidade, poderiam ser implantados fiscais do lixo com multas que fizessem a pessoa sentir-se culpado. Precisamos fazer nossa parte, pois de um em um vamos longe.

A campanha criada tem como objetivo conscientizar a todos, pois estamos sendo prejudicados por nós mesmos, nosso rio não é mais limpo graças ao lixo que largamos. Bairros com pessoas carentes vimos a questão da falta de higiene, de saúde, pois o rio vai levando a sujeira e muitos se abrigam às suas margens e acabam se contaminando com nossos restos. Devemos agradecer às pessoas que recolhem o lixo, os catadores que reviram sem ter vergonha, pois aquilo lhe renderá dinheiro, é sua forma de trabalho, mas podemos sim facilitar, com a separação correta, plástico, metal e papel podem ser reutilizados só é questão de ser corretamente recolhido e o lixo orgânico faça um buraco no pátio e deposite ali, pois renderá adubo para ser colocado na horta e adquirindo alimentos saudáveis.

Não é por falta de aviso. Falta é consciência, pois hoje há várias usinas de reciclagem onde um material velho vira um novo.

Nos interiores da cidade muitas pessoas fazem uma grande bobagem, queimam, um gesto de tristeza ao meio ambiente que acaba poluindo o ar e deixando resíduos no chão, poluindo o solo, a água, nós.

Num mundo tão moderno, com tantas invenções, esse tipo de problema é até vergonhoso. Pensa que somos nós que sujamos tudo aquilo nas ruas, que somos nós que poluímos a água, o solo, a natureza. Não é à toa que a campanha carrega como seu nome “Lixo, problema seu”.

É um problema nosso e é nosso dever solucioná-lo. Faça sua parte e não acabaremos virando habitantes do lixo.

Entrevista
Thiago Wendel, morador da zona rural de Passo Fundo, localidade de Bela Vista

Alunas – Há quantos anos reside na zona rural?
Thiago – Morávamos eu e minha família no bairro Petrópolis e lá as ruas eram bem limpas e o recolhimento era certo. Há dois anos vim morar aqui na zona rural e onde moro não passa o caminhão da prefeitura.

Alunas – O que você faz com seu lixo?
Thiago – Bom, o orgânico é colocado a horta de minha esposa a o resto é levado para a cidade onde passa o caminhão.

Alunas – O que você acha da questão do lixo?
Thiago – Na minha opinião existe muitas pessoas relaxadas que não fazem nada para mudar, pois o lixo está tomando conta de tudo.

Alunas – Com a sua atitude, mudará a visão de outros?
Thiago – Não sei se vai mudar a visão deles, mas vai fazer pensar em seus atos.

Alunas – O que poderia ser feito para mais pessoas se conscientizarem como você?
Thiago – vai da cabeça de cada um. Se você é certo vai fazer o certo, e se começar a incentivar desde pequenas de dentro de casa, na escola, futuramente poderá diminuir essa questão.

Entrevista
Marlize Elaine Hunoff, moradora da zona rural de Passo Fundo, localidade Bela Vista

Alunas – Como é tratado o lixo em sua propriedade?
Marlize – Geralmente aqui o lixo é tratado de maneira meio estranha. O orgânico é colocado na horta e os outros são colocados em buraco e galões de veneno são levados para Passo Fundo.

Alunas – Há quantos anos a senhora reside nesta propriedade?
Marlize – Praticamente há nove anos e onde morávamos antes não passava o caminhão.

Alunas – A senhora acha que daria para mudar alguma atitude?
Marlize – Sim, pois o caminhão de lixo poderia passar aqui e recolhê-lo, pois só na vila não adianta, porque algumas pessoas te, preguiça de ir até lá levar.

Alunas – O que seria a função do Poder Público e do cidadão em particular?
Marlize – Que o Poder Público poderia fazer muito mais por nós, como ajudar a recolher o lixo de todas as propriedades e os cidadãos poderiam colaborar em não jogar lixo no chão para não poluir, separando e até levando até o ponto de recolhimento.

Alunas – Na sua opinião, falta consciência e atitude das pessoas ou do Poder Público?
Marlize – Dos dois, porque poderiam colaborar com suas atitudes.


(*) Este material foi produzido pelas alunas no ano passado, dentro da proposta do projeto ON nas Escolas.

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