Os hospitais filantrópicos do Estado realizaram na segunda-feira um protesto para pedir a readequação da tabela de preços praticada pelo SUS. Em Passo Fundo, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) não chegou a cancelar nenhum dos atendimentos agendados, mas registrou uma diminuição no número de pacientes. No Estado, a mobilização foi organizada pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos.
O administrador do hospital Ilário De David explica que a mobilização teve como objetivo pressionar o governo federal para o aumento da tabela de pagamentos praticada pelo SUS para média e baixa complexidade. Segundo ele, hoje a cada R$ 100 que um hospital tem de despesas com um paciente, o sistema repassa apenas R$ 65, em média. “Os hospitais acabam assumindo essa conta. De ano para ano, essa defasagem fazem com que os hospitais criem dívidas, se descapitalizem e com isso não podem contratar médicos, adquirir equipamentos, manter estoques adequados de medicamentos e diminuem o potencial de atendimento”, esclarece. O reajuste pedido pelos hospitais de 100% para os valores pagos por procedimentos de baixa e média complexidade.
Dívida gigante
Dados divulgados pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul apontam que a dívida acumulada do SUS com os hospitais filantrópicos deve atingir os R$ 17 bilhões neste ano. No Estado, são 22.977 leitos, dos quais 15.590 estão vinculados ao SUS, em 245 hospitais filantrópicos (representando mais de 75% da assistência do SUS do RS).
De David pontua que esta situação acarreta o fechamento de hospitais e o deslocamento de pacientes de pequenas cidades para centros maiores em busca de atendimentos de média e baixa complexidade que poderiam ser resolvidos nos próprios municípios. Esta é uma situação que acontece em Passo Fundo com o deslocamento de milhares de pacientes de outras cidades para cá diariamente.“Cerca de 60% de todos os pacientes atendidos em Passo Fundo vem de fora. Esse deslocamento é resultadodessa falta de recursos”, reforça. No HSVP, 78% dos pacientes buscam atendimento de média e baixa complexidade, como pequenas cirurgias, que poderiam ser realizadas nas próprias cidades.
Menos pacientes
O administrador acredita que a diminuição do número de pacientes se deva a ampla divulgação da mobilização realizada. “Como é um movimento estadual algumas pessoas ficaram com medo de perder a viagem, mas nenhum atendimento agendado deixou de ser realizado”, finaliza.
Hospitais se mobilizam por readequação da tabela do SUS
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