OPINIÃO

Altair Colussi e Júlio Rosa

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Duas marcas fortes na radiofonia de Passo Fundo, Altair Colussi e Júlio Rosa, que foram narradores da vida e das mortes de pessoas da comunidade, deixaram esta vida silenciosamente. Colussi, a voz exuberante que conheci ainda no prefixo da Rádio Difusão de Erechim, e a quem tive a honra de receber em Passo Fundo e trabalhar no mesmo prefixo em Passo Fundo. Quando assumi a função diretor de turismo do município, no final dos anos 70, o Colussi foi parceiro de muitas jornadas. A voz tonitruante contrastava com sua maneira cavalheiresca, simples e informal, de ser. Excelente repórter de notícia e do esporte, o Altair tinha memória privilegiada e guardava nomes e fatos com extrema facilidade. O radialista e jornalista Júlio Rosa, pessoa de dedicação à opinião geral no rádio e no jornal, teve presença assídua em vários meios de comunicação da cidade e na vida pública como vereador. Júlio Rosa protagonizou verdadeira revolução na comunicação falada. Aos familiares de Júlio e Altair, nossa solidariedade e a certeza de que foram dois vultos inesquecíveis na comunicação de nossa terra.

Atitude franciscana
A vida das instituições, das pessoas e da Igreja, como entidade humana, sempre terá a carga de seus erros. O mais importante é a atitude de resgate dos valores que superam o tempo. Assim, parece que se torna da maior importância o pronunciamento do Sumo Pontífice, o papa Francisco, no início desta semana que quer a Igreja atuando decisivamente para eliminar os abusos sexuais de crianças por religiosos, garantindo que os responsáveis sejam punidos. Com esta manifestação é a primeira vez que a autoridade do Vaticano pronuncia-se sobre as milhares de denúncias em todo o mundo contra religiosos pedófilos. Francisco foi incisivo e disse que preconiza tolerância zero em relação aos delituosos incluindo designação de promotor que atua em nome do Vaticano para colaborar com a polícia na responsabilização civil dos pedófilos. Registramos esta atitude ética do Papa, também em resposta a algumas observações inoportunas de prelados ou pessoas que se diziam chocados com as denúncias, em nome de pretensa salvaguarda de “imagem” da Igreja. Ao contrário, com essa atitude papal, já se pode dizer que a imagem da igreja cumpre estágio de grande recuperação.

Fogo alto
A aprovação da criação de novos tribunais regionais federais não é assunto pacífico. A declaração do presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, tem sustentação no sentido de que a despesa de 8 bilhões de reais é coisa grave e precisa ser melhor discutida. Duas colocações que são vistas como precipitadas e impregnadas de subjetividade, no entanto, já geraram manifestação contrária. A advertência de que a criação de novos tribunais é pressionada por advogados que esperam indicação do quinto constitucional gerou inconformidade. A OAB manifestou-se em repúdio à declaração de mero interesse pelas vagas nos tribunais. Isso fica muito vago e genérico demais para a necessária precisão e recato que sempre têm caracterizado o presidente da magistratura brasileira Joaquim Barbosa. Quanto ao custo dos novos tribunais a indagação é objetiva e é vista com pertinência. Resta, ainda, a expressão, que denominou a proposta dos magistrados e aprovada pelo Parlamento, como “manobra sorrateira”, mesmo que coloquial, mais parece acusação. Bem! O assunto está em pauta, mas o fogo é um crepitar de chama alta.

Calamidade
Os dados revelados pelo mapeamento da Polícia Rodoviária Federal, sobre pontos de prostituição de menores à beira de estradas é assustador. São milhares de meninas vítimas de exploração sexual. Vejam bem! São mais de 1.600 pontos de prostituição à beira das estradas. Pobreza, miséria, e tantas questões que concorrem e podem ser citadas. E os pais? Quem coloca esta gente no mundo, tem obrigação de zelar. Ou alguém é obrigado a ter filhos?

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