O 7º núcleo do Cpers apontou que 80% dos professores e funcionários das escolas estaduais da região de Passo Fundo paralisaram — total ou parcialmente — nesta terça-feira (23). A informação é da diretora do 7º núcleo do Cpers, Norma dos Santos Machado. O movimento faz parte da Semana Nacional da Educação para exigir que o Piso Salarial Nacional seja efetivamente aplicado aos professores. Já o levantamento da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) estima que 27% das escolas estaduais de Passo Fundo aderiram à greve. Segundo o coordenador adjunto da 7ª CRE, Adalmir Jacob Schaeffer, a grande maioria das escolas não informou como foi o funcionamento no primeiro dia do movimento.
Na maioria das instituições estaduais de Passo Fundo se manteve pelo menos o funcionamento da secretaria. Ainda na segunda-feira (22), os professores orientaram os alunos que não haveria aulas até a próxima quinta-feira (25). Na escola Adelino Pereira Simões, a adesão foi total. Segundo o diretor, Ruben Nicolau Luft, todos os professores e funcionários concordaram com as reivindicações da categoria e cerca de 900 alunos dos três turnos ficarão sem aulas durante os três dias da mobilização. “Convivemos com muitas carências todos os dias na nossa escola. É preciso lutar por mais investimentos nos espaços físicos e a educação precisa ser mais valorizada”, disse o diretor apoiando a greve.
Na escola Protásio Alves, a adesão foi parcial, mas durante o turno da manhã todas as 17 turmas foram dispensadas. À tarde, das 15 turmas, somente quatro tiveram aulas. À noite, a adesão cancelou as aulas de sete das nove turmas. As informações foram repassadas pela diretora da unidade, Ineis Piasentini.
Hoje é dia de protesto
Nesta quarta-feira (24), a greve ganha a adesão da rede municipal de ensino. O município possui 62 escolas, incluindo estabelecimentos de educação infantil, e aproximadamente 1,5 professores. Em Passo Fundo, estão programadas duas mobilizações para hoje, às 9h e 15 horas, em frente ao colégio Fagundes dos Reis. Pela manhã, em Brasília, acontece uma grande mobilização reunindo professores de todo o país. Cerca de 10 ônibus com professores gaúchos viajaram para a capital para participar do evento.
Protestos na capital
Segundo o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers-Sindicato), cerca de cinco mil professores marcharam pelas ruas de Porto Alegre, na tarde dessa terça-feira, para cobrar o pagamento do piso nacional no Estado. Quatro ônibus lotados de professores e funcionários da região de Passo Fundo participaram do protesto, que pedia a prisão do governador Tarso Genro pelo não cumprimento da Lei do Piso, que estabelece salário mínimo de R$ 1.567,00. A justificativa é que o Rio Grande do Sul é o Estado que paga o menor salário aos professores - R$ 977,60 para uma jornada de 40 horas semanais. A chamada de ordem era: "Quem não cumpre a lei tem que ser preso”. O governo do Estado contesta a forma de reajuste do piso, hoje baseada no Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), defendendo a vinculação ao índice que mede a inflação. Neste ano, o piso teve reajuste de 7,97% em relação ao valor de 2012.