A Medicina é deveras fascinante. São, exatamente, 04:35 da madrugada de quarta-feira deste dia 08 de maio e estava estudando as matérias de um Curso de Gestão em Saúde que estou fazendo na Imed. Há mais de um ano cursei cadeira de Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Baseada em Evidências na PUC e preenchi um hiato na minha formação acadêmica que foi pobre nesses segmentos. Na verdade, sou oriundo de uma medicina jurássica, considerando a praticada atualmente. A medicina exercida nas décadas anteriores era baseada na arte, ou seja, na experiência profissional do médico, mesmo porque havia uma ciência incipiente a servir de suporte, principalmente nos grotões desse Brasil. Lá, nos grotões, o médico era Deus, lá o médico era tudo. Alguns ainda o são e como alguns advogados, costumam chamar Deus de você. Nesta noite, estava quebrando a cabeça para entender como é que a engenharia biomédica havia conseguido transformar sons em imagens como na ultrassonografia, por exemplo.
Estava tentando entender o processo da tomografia por emissão de pósitrons e o processo intrincado da ressonância magnética. Por que estudar isso ? Ora, bolas, não vivemos mais o período jurássico, a arte que o doutor fez e faz uso já não basta mais. Hoje precisamos visceralmente da ciência, dos protocolos, dos grandes estudos. A internet faz com que tudo, absolutamente tudo, esteja ao alcance do teclado ou do toque na tela. E é isso que ensinamos, ou tentamos ensinar aos nossos espertos alunos, mais afeitos à tecnologia que nós cinquentões. O aluno vive na época da tecnologia avançada, do antibiótico de última geração, dos progressos da cardiologia, da oncologia, da medicina intensiva. É como se fosse estudar engenharia eletrônica e tivesse acesso aos grandes avanços que culminaram com os I-Pads, I-Phones, etc. O carinha não quer somente dispor desse conhecimento. Ele quer e deve usá-lo. Na medicina, a tecnologia está longe dos grotões e o último lugar que o jovem e astuto médico quer ir é para lá, para os grotões porque lá não há a estrutura para desenvolver tudo aquilo a que foi educado.
As últimas notícias propaladas do mundo médico dizem respeito às suspeitas mortes em uma UTI de Curitiba para favorecer alto rodízio de leitos e os desvios de dinheiro às custas de tratamentos de tumores no Mato Grosso. As denúncias são fortes e, se comprovadas, não causam desalento somente à categoria médica, mas, também ao ser humano. Não é para isso que nossos filhos ingressam nas universidades. No, entanto, a Polícia Federal e o governo da dona Dilma estão atentos aos deslizes médicos. Falta, no entanto, também, aplicar penalizações exemplares aos maus políticos. Dona Dilma contribui essa semana com a iniciativa de trazer seis mil médicos cubanos, sem a validação de seus conhecimentos pelas entidades médicas, para exercer profissão nos grotões do nosso país. É a chamada 51, a boa ideia. Quem sabe a gente não aproveita e também traz políticos do Japão, da Índia, da China, da Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e França para atender às demandas sociais, ou para diminuir o fiasco que se aproxima (copa do mundo) num país que tem carências de hospitais, creches, medicamentos e estrutura que prenda os nossos filhos em locais longínquos para exercer aquilo que contemple seus anseios pessoais e da sociedade? Grande e lúcida ideia, ideia 51, de uma política assistencialista que gosta de dar o peixe a quase 30 milhões de brasileiros que têm, é claro, a obrigação de votar. Parabéns, presidente, nós merecemos.
PS - A falta de punição ao descalabro social, à má versação do dinheiro público lembra o que está para acontecer com os envolvidos de Santa Maria. No começo aquilo foi um crime, após virou tragédia e é provável que culmine com a afirmação de que era inevitável.
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