Corsan quer universalizar o tratamento de esgoto

Novo presidente da empresa disse que para alcançar os R$ 9,2 bilhões necessários às obras deve buscar parceria privada

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

A Corsan vive um momento extraordinário, diferentemente da realidade de dois anos atrás, segundo o diretor-presidente da Companhia Tarcísio Zimmermann, que esteve ontem em Passo Fundo. A empresa já contratualizou operações de serviços com mais de 80% dos municípios onde está atuando. Em visita ao Jornal O Nacional, Zimmermann reforçou o desafio que assumiu ao tomar posse recentemente, de concluir as obras garantidas pelos R$ 4 bilhões que a empresa captou junto ao Governo Federal pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para tanto, foi constituída uma diretoria para fazer a gestão do PAC. Do total, R$ 3,5 bilhões serão investidos em esgoto e R$ 500 milhões em abastecimento de água. Segundo o presidente da Corsan, para que o Estado alcance a universalização do tratamento de esgoto será necessário captar mais R$ 5 bilhões, já que o custo está estimado em r$ 9,2 bilhões. Atualmente o Estado tem apenas 15% de esgoto tratado. 

Neste contexto, Zimmermann disse que a adoção das Parcerias Público-Privadas (PPPs) está sendo considerada. A Corsan já fez uma consulta de interesse e deve se manifestar em breve sobre as propostas recebidas. "A água não pode ser bem de mercado strictu sensu, mas as parcerias podem ser importantes para levar saneamento para mais cidades", disse. A Corsan, segundo ele deve buscar por novas tecnologias especialmente no tratamento do esgoto e estuda a possibilidade de atuar na destinação final de resíduos sólidos. O presidente da Corsan, que assumiu recentemente a Companhia disse ainda que está trabalhando com foco na melhoria de condições da operação da empresa, para torná-la mais ágil e eficiente.

Na região de Passo Fundo, Zimmermann disse que dos mais de 70 municípios atendidos pela Corsan, apenas nove ainda não renovaram os contratos. A renovação de Passo Fundo, formalizada há cerca de dois anos, garantiu a criação do Fundo de Gestão Compartilhada, considerado um avanço para o município. O recurso captado para o Fundo já somou R$ 15 milhões. Deste volume, 30% foram repassados ao município, o que corresponde a cerca de R$ 6 milhões para ser aplicado em ações vinculadas ao saneamento. Os 70% que cabem à Corsan, devem ser reaplicados em tratamento de esgoto. O Fundo de Gestão Compartilhada é constituído em municípios onde a Companhia tem desempenho financeiro positivo. Hoje, mais de 40 municípios são superavitários, um grupo se mantém equilibrado e mais de 100 dão prejuízo.

Segundo Zimmermann, depois que finalizar as obras de ampliação de rede de esgoto em Passo Fundo, a cidade deve ter 55% de tratamento. Dos R$ 41 milhões destinados as obras, R$ 35 milhões são para a ampliação da rede de esgoto. As obras avançam, mas o presidente da Corsan admite que a maior dificuldade está em conscientizar a comunidade da necessidade de fazer a ligação da residência até a rede de esgoto. “Precisamos entender que é preciso cuidar mais da água e que o tratamento de esgoto é fundamental para preservar o meio ambiente”, reforçou.

Visita
O presidente da Corsan esteve acompanhado do superintende regional Paulo Berta, do superintende adjunto Vlademir Rezende, do gerente local Flávio Perin, e de Darlan Kollet. O grupo foi recebido pelo diretor-presidente do Grupo ON de Comunicação Múcio de Castro Filho e pelo gerente executivo Cristiano da Silva.

Gostou? Compartilhe