De qualquer forma, a eleição de Luciano Azevedo para a Prefeitura de Passo Fundo merece análise à luz da história partidária da região. A ênfase muito interessante é devido à parceria com o PC do B. Pela primeira vez os comunistas chegam ao Poder Executivo. Não foram as ojerizas que os levaram à vitória eleitoral, mas a interpretação do momento político aliado a outras perspectivas. Neste sentido, toma formato um rumo que vem sendo prenunciado com o possível ingresso do prefeito Luciano, de mala e cuia, no PSB. Os socialistas têm firmado estatura na trajetória regional, como forma partidária de ações voltadas às metas socializantes. É o que chamam de esquerda conseqüente. A inconformidade de Luciano com a dissolução do PPS abre a possibilidade de uma nova pareceria político-partidária avançada, mas cordata no sentido evolutivo do permanente desafio assumido pelo atual prefeito desde sua saída do grupo que hoje forma o PP. Chega-se, então, à possibilidade do ingresso de prefeito de Passo Fundo no PSB, o partido de Beto Albuquerque, um dos maiores líderes da nova geração de políticos. Na Câmara de Vereadores, uma bancada de dois parlamentares, Eduardo Peliciolli e o Pe. Wilson Lill. Se isso acontecer é provável que o ingresso de Luciano no PSB signifique a inclusão no Partido Socialista Brasileiro de, pelo menos, cinco secretários. Será a mais forte representação no Poder Público Executivo. Isso significaria que o PSB vai comandar o município.
Sem cargos
A situação interessante deste possível entendimento é que os atuais componentes do PSB, conscientemente, não cogitam assumir cargo na prefeitura. Algumas atitudes de despojamento serão inevitáveis. Esta condição torna a formação partidária inusitada. É lógico que outros planos partidários estão em pauta, a exemplo da excepcional performance na atuação do deputado Beto que tem sido imprescindível nas grandes conquistas dos últimos anos em Passo Fundo. Nenhum partido é feito de anjos, mas o presidente Alexandre Rodrigues estabelece sintonia fina em tom elevado, ao descartar exigências de cargos ou vantagens pessoais, embora ressalve espaços para idéias do PSB.
Retoques:
* Na semana passada estivemos na celebração de culto ecumênico na Catedral com a presença de corais que interpretaram músicas em, alemão, italiano, português e africano. Saliente o grau de compreensão nas palavras dos dois celebrantes, o pastor luterano e o padre católico. O respeito às diferenças entre pessoas e civilizações ganhou proporções públicas e predominância da tolerância.
* A arte gera efeitos maravilhosos, mais intensos ainda quando aliada ao sentimento religioso. Exemplo á a obra de pintura e gravura nos painéis da catedral, principalmente a fulgurância dos detalhes dourados. Os traços são de artista polonês já falecido.
* A opinião pública recebeu perplexa a informação de que foram autorizados os pagamentos do auxílio refeição, em quantias vultosas, aos magistrados de vários estados brasileiros. Este é mais um fruto do direito adquirido, sempre mais evidente quando é atribuído às classes dirigentes.
* O jogador Anderson Lima, que atuou no Grêmio com sucesso, levanta uma questão: por que é difícil a aceitação de um técnico negro? Citou a dificuldade de Andrade, Cristóvão, Roger e Emerson. Antigamente se dizia que jogador negro não tinha vocação para goleiro. Isso já foi desmentido fragorosamente. Quem sabe, o surgimento de um técnico negro possa afastar esta estúpida incompreensão!
* Hoje é dia de homenagear o irmão Onofre Antônio Meneghini, motorista aposentado que completa mais um aniversário. Foram dezenas de anos dirigindo com dedicação e competência. Sempre nos orgulhou.
* Como diz a letra do bolero, é melhor querer e depois perder do que nunca ter amado. Isso é para dizer que namorar é sempre bom. Até este privilégio das mulheres no relacionamento, por certo, é feliz destino da humanidade.