Pelo segundo dia consecutivo, ativistas enfrentaram chuva e uma temperatura de aproximadamente 8º graus para protestar novamente contra o aumento das passagens de ônibus em Passo Fundo. O sétimo ato pacífico reuniu aproximadamente 200 pessoas nos cruzamentos da avenida Brasil com a rua Bento Gonçalves, um número bem abaixo de quinta-feira, quando aproximadamente seis mil pessoas estiveram presentes. Durante a mobilização, eles votaram pelo oitavo ato, marcado para a próxima segunda-feira. A Brigada Militar não registrou nenhuma ocorrência. Como já havia ocorrido na manifestação de quinta, algumas escolas voltaram a liberar os alunos mais cedo para evitar transtornos no trânsito.
Sem a presença do trio elétrico, os manifestantes desta vez utilizaram um carro de som menor. Acompanhados de longe pela BM, eles interromperam uma das pistas da avenida Brasil, obrigando alguns motoristas a retornarem pela contramão.
Entoando palavras de ordem, pediam a revogação do aumento da passagem que passou de R$ 2,45 para R$ 2,70 no mês de abril. “Não queremos um desconto mascarado de 10 centavos. Estamos lutando para voltar ao preço antigo. Não é possível termos umas das passagens mais caras do país” disse uma manifestante.
Os ativistas seguiram em caminhada pela Brasil em direção à esquina da avenida Sete de Setembro, carregando os tradicionais cartazes e faixas. Além do preço da tarifa, as frases denunciavam a insatisfação contra os gastos do governo federal com a Copa do Mundo e a falta de investimentos na saúde e educação. Representantes do plural LGBT usaram o microfone para criticar o projeto de cura gay que está no Congresso Nacional. “Vou enfrentar o frio e a chuva quantas vezes for preciso até baixar o valor da passagem” disse uma jovem, de 18 anos.
Durante a caminhada, os ativistas pediam a participação dos moradores dos prédios, que acompanhavam das janelas e sacadas. “Quem é a favor pisca a luz” gritavam. Do alto dos apartamentos, a resposta era imediata.
Os manifestantes se concentraram no cruzamento da Brasil com a Sete de Setembro, onde permaneceram por cerca de 30 minutos, até votarem pela dispersão. “O frio e a chuva atrapalharam um pouco, mas mesmo assim as pessoas compareceram. Na segunda estaremos novamente aqui” disse um rapaz, enrolado numa bandeira do Brasil. Organizado pelo Comitê dos Movimentos Sociais, formado por pelo menos 10 entidades, o ato praticamente não teve bandeiras de partidos políticos.