Protestos seguem na quinta-feira em Passo Fundo

Manifestantes realizaram mais um ato na noite desta terça-feira sob chuva e frio

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O nono protesto contra o aumento de passagens de ônibus em Passo Fundo reuniu aproximadamente 150 pessoas na noite desta terça-feira. Foi o menor público entre os quatro atos realizados em menos de uma semana, todos sob muita chuva e frio. O encontro aconteceu nas esquinas da avenida Brasil, com a Bento Gonçalves. O local já está sendo chamado pelos ativistas de ‘esquina democrática’. 

O tempo parecia que iria colaborar com os manifestantes, mas assim que eles estenderam as faixas e cartazes, fechando o trânsito nos dois sentidos da avenida Brasil, a chuva começou a cair e não deu trégua durante todo o ato, que encerrou por volta das 19h40min, de maneira pacífica, e com a presença de aproximadamente 50 pessoas. A próxima manifestação está marcada para esta quinta-feira.

A caminhadas seguiu pela Brasil até a Fagundes dos Reis, onde o trânsito precisou ser interrompido por alguns minutos. Após, os manifestantes seguiram na Moron até o colégio Notre Dame, onde acontecia uma reunião sobre o Orçamento Participativo. Eles protestaram em frente à porta com palavras de ordem, e retornaram até o ponto de partida na Bento.
Os cartazes traziam a insatisfação em diversas áreas, como saúde, educação, corrupção, investimentos nas obras da Copa do Mundo, mas a revogação do aumento da passagem de ônibus, que subiu de R$ 2,45 para R$ 2,70 no mês de abril, é o principal motivo dos protestos em Passo Fundo.

Integrante do Sindicato dos Comerciários, uma das entidades que compõe o Comitê de Lutas Sociais, juntamente com pelo menos outras nove, Tarciel da Silva, disse que o anúncio feito ontem pelo prefeito Luciano Azevedo, de rever as planilhas de custos apresentadas pelas empresas de ônibus ‘está muito aquém’ do que a população deseja. “Ele quer fazer um paliativo. Nós queremos a revogação do aumento. Não estamos discutindo revisão das planilhas. O país todo está discutindo redução das passagens. Uma capital como o Rio de Janeiro baixou o preço para R$ 2,75, aqui, uma cidade do porte de Passo Fundo é R$ 2,70. A população acordou para isso” afirmou.

Um dos organizados das manifestações, o ativista disse que a chuva nos últimos quatro atos prejudicou a participação da população. “No entanto, reunir cerca de 300 pessoas nessas condições é uma avaliação extremamente positiva” declara.

Já a estudante Morgana Zorzi, 18 anos, entende que se o provo continuar mobilizado, ‘o prefeito vai se conscientizar’. “Se ele já falou publicamente, é sinal de isto está acontecendo” avalia.

Segurando um cartaz com a frase “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil”, Reuni Schneider, 50 anos, participava de seu quarto protesto seguido O homem que ganha a vida como catador, disse ser obrigado a gastar boa parcela do que arrecada em transporte. “Pego dois ônibus todos os dias, do bairro Petrópolis até o centro. Com o preço deste, tenho que trabalhar alguns dias só para pagar a passagem” afirma.

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