Durante o décimo ato contra o aumento da passagem de ônibus em Passo Fundo, e o quinto num intervalo de apenas uma semana, os ativistas comemoraram a derrubada da PEC 37, votada terça-feira, pelo Congresso Nacional. Já a revogação do valor da passagem que subiu de R4 2,45 para R$ 2,70, no mês de abril, continua sendo a principal reivindicação no município. Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal, o prefeito Luciano Azevedo marcou uma entrevista coletiva às 14horas, de segunda-feira, para falar sobre o transporte coletivo. Esta semana, ele já havia solicitado uma revisão das planilhas de custos encaminhadas pelas empresas de ônibus. A medida foi criticada pelos integrantes do movimento. “Por que só agora estão pedindo essa revisão. Tem algo de errado que não viram antes?” questionou Tarciel da Silva, representante do Sindicato dos Comerciários.
Sem a chuva que atrapalhou os últimos cinco protestos na cidade, aproximadamente 500 pessoas participaram do ato nesta quinta-feira. Após o tradicional encontro nos cruzamentos da Avenida Brasil, com a Bento Gonçalves, o grupo saiu encaminhado até a Prefeitura Municipal. Quando já estavam na esquina com Antônio Araújo, foram informados que a prefeitura já estava totalmente fechada. Diante disso, realizaram uma votação e decidiram seguir até a casa do prefeito Luciano Azevedo. Enquanto passavam em frente ao Hospital São Vicente de Paulo, os organizadores solicitaram silêncio aos manifestantes, que prontamente atenderam ao pedido.
“A derrubada da PEC e o passe livre anunciado pelo governador Tarso Genro, são vitórias dos movimentos. Aqui em Passo Fundo ainda não conseguimos baixar. Tem que ser livre também. Os holofotes do mundo estão voltados para o Brasil, precisamos fazer essa mudança agora” declarou a estudante Taluana Carvalho, 20 anos.
Entre os ativistas estava o militar aposentado Osvaldo Manso da Silveira, 66 anos. Segurando uma bandeira do Rio Grande do Sul, e acompanhado da esposa, Ereni, disse com orgulho ter participado dos cinco protestos da última semana. “Não pago ônibus, mas vim aqui dar uma força para os estudantes. Enfrentei chuva para protestar contra essa situação de corrupção no país” afirmou.
Os ativistas depositaram os cartazes em frente ao prédio onde reside o prefeito, na vila Vera Cruz e, retornaram em direção ao centro da cidade.