OPINIÃO

Sacudiu por quê?

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A estrutura estatal, partidos políticos, moralidade das instituições, e a própria ética dos grupos e indivíduos, tudo resta fortemente questionado, após o episódio das manifestações que tomaram feições de levante popular. A questão do transporte público nos grandes centros tem sido, sim, fator de estrangulamento da paciência coletiva. Há muitos meses a mídia vem levantando a verdadeira brutalidade que é o ato de mover-se num grande centro. É grave a dificuldade do cidadão que disputa ônibus e metrô. Isso vem esgotando limites físicos e psicológicos.

A massa trabalhadora e de estudantes, passando excessiva parte do tempo nos coletivos, com fome e cansaço, tem inspirado descobertas de verdadeiros heróis que madrugam e anoitecem no metrô, para a sobrevivência familiar. Isso cansa! Para avaliar a situação basta perceber que os médios e grandes centros urbanos acolhem milhares de automóveis que se chocam, não tem onde estacionar e demoram nos engarrafamentos. Não há fluxo nem para os que carros, nem para os ciclistas ou pedestres. Assim, dá para combinar que a turbação ambiental, financeira e psicológica, apenas no setor de mobilidade, onde condutores prepotentes afrontam o direito do pedestre, tudo isso é suficiente para explicar a revolta popular (pacífica). Imaginem o resto. A corrupção!

Então, precisamos ver encaminhadas soluções de algumas coisas, onde se perceba a seriedade e competência tanto da iniciativa pública como privada.

Hora do insight
O momento acusa uma sociedade em que o comando necessita de atitude e luz. Mais da luz. Não basta somente a sensação de autocrítica. É preciso mais que a perplexidade diante do óbvio. É como insight, situação avaliada pelos psicólogos quando o paciente reconhece a dificuldade de superação. É o que aconteceu com a PEC 37, medida prevista como “aprovadíssima” pelos parlamentares que queriam o Ministério Público longe das investigações. A manifestação pública teve efeito iluminador no porão dos acordos espúrios e inverteu a dita tendência, sendo rejeitada a esdrúxula proposta. Com o perdão pelo disfemismo, foi cagaço no parlamento!

Retoques:
* Boa notícia para otimização no planejamento do saneamento básico de Passo Fundo. O encaminhamento do convênio com a UPF para o avanço no projeto é resposta necessária para termos uma cidade limpa no aspecto de saneamento. Os recursos financeiros são respeitáveis. Tem que haver cobrança permanente, pois se trata do futuro da cidade para salvarmos nossas residências do perigo do esgoto mal solucionado. Além disso, resta a grande esperança de termos nosso rio de volta, o que é bastante, mas não se trata de querer muito do que destruímos. O governo municipal mostra-se atento.

* É muito bom o trabalho das professoras e professores que ensinam dança. A professora Raquel, da Bailar – escola de dança -, é liderança profissional importante no trabalho que ajuda pessoas e embeleza o viver nesta cidade.
* As manifestações pacíficas revelam coisas importantes. Uma delas é a coragem das pessoas de bem em enfrentar essa turba covarde que destrói patrimônio público e particular e se esconde no anonimato.

* Não devemos estranhar se, numa próxima temporada, as pessoas marcharem nas ruas contra a petulância, estupidez, prepotência e agressividade de motoristas que não respeitam a faixa de segurança do pedestre.
* A ânsia de liberdade e o respeito ao ser humano são pontos de partida para uma nova marca na civilização democrática. Acho que estamos iniciando a restauração de valores da pessoa.

* Parece que algumas regras de convivência terão maior cuidado por parte dos agentes fiscalizadores. Vejam a coleta do leite, a segurança nas boates e locais de aglomeração. E as reformas nas igrejas do mundo! Quanta aberração que é denunciada por um simples toque na mídia eletrônica e se torna escândalo mundial. O Vaticano, por exemplo, prenuncia fortes mudanças boas que vão abalar o século.

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