Durante o 11º ato contra o aumento das passagens de ônibus, em Passo Fundo, ativistas criticaram a redução de 10 centavos na tarifa, anunciado à tarde pelo prefeito Luciano Azevedo. Os cerca de 150 manifestantes se reuniram nos cruzamentos da avenida Brasil com a Bento Gonçalves e seguiram em caminhada até a prefeitura municipal e encontraram os portões abertos. Na avaliação do Comitê de Lutas Sociais, formado por pelo menos 10 entidades, a redução de R$ 2,70 para R$ 2,60 aconteceu em razão dos protestos e da isenção do Pins e Cofins. “Quem perde com isso é povo. As empresas são isentas destes impostos que deveriam ser investidos em áreas de saúde e educação, por exemplo. Não afeta em nada o lucro delas” disse Sabrine Morais, integrante do Comitê.
Outro representante da entidade, Tarciel da Silva, definiu como “maquiagem” a redução. Quanto à possibilidade de o Comitê integrar o Conselho Municipal de Transportes, outro setor que dever passar por mudanças conforme intenção do executivo, disse que isso só acontecerá no momento em que o aumento for revogado e a tarifa voltar aos R$ 2,45. “Sem essa medida não tem a menor possibilidade de discutirmos com o prefeito” avaliou. Sobre o anúncio da abertura do processo de licitação para concessão do transporte público no município, acrescentou que a medida é uma bandeira do movimento e deve ser feito de maneira democrática.
Acadêmica do curso de informática, Paloma Rizzi, 21 anos, segurava um cartaz com uma frase criticando a redução. A jovem, que participou dos 11 atos, disse que a população deve continuar mobilizada nas ruas pela revogação. “Ele está tirando esse desconto de nós mesmos” comentou. Na mesma linha de raciocínio, o representante do Coletivo Plural LGBT, Oscar de Souza Santos, chamou de ‘ilusória’ a redução. “Vamos seguir pagando da mesma forma, o Plural vai continuar apoiando a revogação” ressaltou. Até o fechamento desta edição, os manifestantes continuavam concentrados no pátio da prefeitura.