Na noite de segunda-feira (1º) representantes da classe médica de Passo Fundo estiveram reunidos na sede da Ameplan. O assunto tratado foi a mobilização que está marcada para acontecer hoje em todo o país. Contanto com a participação de médicos e residentes, a partir das 12h30 um grupo sairá em caminhada da frente da Faculdade de Medicina, que fica na rua Teixeira Soares, até a Secretaria Municipal de Saúde, que fica na rua Paissandu.
De jaleco e fita preta no braço, os médicos pretendem chamar a atenção da população e das autoridades no que diz respeito aos baixos investimentos em saúde e o anúncio de abertura de espaço para médicos estrangeiros, ideia essa que todas as entidades representantes do médicos são contrárias. Com isso, a ideia é entregar uma carta ao secretário municipal de Saúde e ao coordenador regional de Saúde com a pauta de reivindicações. Além disso, durante a caminhada, o grupo estará com faixas e panfletos que serão entregues à população com informações sobre as reivindicações.
O objetivo da caminhada, segundo os organizadores, é mostrar, de forma pacífica, o que a categoria quer. As entidades argumentam que as medidas anunciadas recentemente pelo governo são inócuas e paliativas, pois não oferecem soluções de longo prazo. Também mostram que o principal problema, o baixo investimento estatal em saúde, continuará sem solução. No Brasil, o Estado responde por 44% dos gastos em saúde, quando em países com sistemas universais como o brasileiro, esse gasto gira em torno de 80%.
A organização da mobilização em Passo Fundo está a cargo da Ameplan, do Simers, do Cremers, da Amrigs e dos médicos residentes dos hospitais da Cidade e São Vicente. De acordo com a presidente da Ameplan, Sabine Chedid, são esperadas cerca de 200 pessoas para a caminhada, entre residentes e médicos. “Não vamos parar nenhuma atividade, não vai haver somente atendimento de urgência e emergência, mas sim atendimento normal à população, tanto na clínica privada, quanto convênios e também pelo SUS”, explica.
A divulgação da manifestação e o convite para participar do ato aconteceram, além da reunião com os representantes realizada na noite de segunda-feira, através de correio eletrônico, redes sociais e também nas conversas entre os profissionais. “Redigimos uma carta aberta à população para explicar o que a categoria médica vem observando à respeito das medidas propostas pelo governo no sentido de alertar para inconformidades com relação à saúde da população como um todo. E elaboramos também um panfleto para ser distribuído para as pessoas que tiverem interesse em saber o que estamos pensando em relação ao futuro do Sistema Único de Saúde e à saúde pública como um todo”, destaca a médica.