A cada 10 pessoas que buscam medicamentos na Farmácia Central de Passo Fundo, a metade sai com as mãos vazias. A estatística não é oficial, mas na tarde desta terça-feira (2) foi mais uma vez comprovada pela reportagem do Jornal O Nacional. Dona Graciosa tenta há seis meses o medicamento para a hipertensão, mas a informação que recebe na Farmácia é que a compra está em processo de licitação. “Eu tenho que ficar esperando e não posso fazer nada”, disse.
Em abril, o problema era praticamente o mesmo. Segundo o secretário de saúde, Luiz Artur Rosa Filho, estavam em falta 25 medicamentos do total de 150 que são fornecidos pelo município. Conforme Rosa Filho, o problema amenizou e nessa terça-feira eram 16 remédios em falta. “Hoje (ontem) mesmo chegaram quatro medicamentos”, afirmou. A previsão dele é normalizar o estoque ainda em julho. Segundo ele, o pregão eletrônico foi realizado no dia 3 de junho e os prazos para os laboratórios entregarem os medicamentos encerram em, no máximo, 12 dias.
Mas o problema mais grave ocorre com os pacientes que precisam dos kits para medição de glicemia. Cecília Maciel precisou de um kit para o seu marido, João Maciel, mas ouviu do atendente da Farmácia que o aparelho estava em falta há mais de um mês e que não havia previsão de quando chegaria. “Como meu marido precisa fazer a medição uma vez por dia, meu filho nem esperou e foi comprar tudo na farmácia. Não dá para ficar esperando. Sabe lá quando vai chegar?”, relatou.
Segundo o secretário, a Farmácia tem as fitas, mas elas são incompatíveis com os aparelhos que os pacientes já possuem (fornecidos em regime de comodato pelo último laboratório que venceu o pregão eletrônico). O problema se repete a cada nova licitação, já que o município é obrigado a comprar as fitas do laboratório que oferecer menor preço. Fechada a compra, os aparelhos da marca são cedidos em regime de comodato. Desta forma, os pacientes que já possuem o aparelho de uma determinada marca, correm o risco de não encontrar as fitas do mesmo laboratório. “Sempre que há uma troca de laboratório, os pacientes nos devolvem os antigos aparelhos para receber o novo”, explicou.
A última aquisição aconteceu em abril, onde foram adquiridos 100 tiras e 250 aparelhos. “O estoque terminou em poucos dias”, relatou o secretário. Nesta quinta-feira, o município fará um novo pregão eletrônico e, desta vez, serão adquiridos 300 mil fitas e 850 aparelhos serão distribuídos aos pacientes cadastrados na Farmácia. A previsão de Rosa Filho é que o estoque seja normalizado ainda em julho e que seja suficiente para atender a demanda por quatro meses. O secretário salientou que todas as unidades de saúde do município (Cais, Ambulatórios e Hospitais) possuem o kit para fazer o teste de glicemia. “O paciente que precisar pode fazer o teste todos os dias nas unidades de saúde”, sugeriu.
Pacientes ainda enfrentam falta de medicamentos na Farmácia Central
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