Segundo o Jornal Estado de São Paulo, a exposição das empresas X, do empresário Eike Batista, no mercado financeiro está concentrada em cinco bancos brasileiros, de acordo com relatório do Bank of America Merril Lynch, enviado a clientes. Os estatais Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal estão entre as principais com R$ 4,888 bilhões e R$ 1,392 bilhão, respectivamente. Em seguida estão os privados Bradesco, Itaú Unibanco e BTG Pactual. Juntos, conforme cálculos dos analistas Alessandro Arlant, Anne Milne e Roy Yackulic, esses bancos somam exposição de mais de R$ 9,4 bilhões às empresas do grupo X.
Eles destacam, no relatório, que os números estão baseados nos balanços do primeiro trimestre deste ano e são apenas uma visão parcial da exposição global das empresas X aos bancos brasileiros. O empresário Eike Batista tem vivido dias de muitas dificuldades, as agências de classificação de risco Standard & Poor's e Moody´s anunciaram o rebaixamento do rating da petroleira OGX. A S&P cortou a nota da OGX de "B" para "CCC" - nível anterior a "default". Já a Moody´s rebaixou de B2 para Caa2 com perspectiva negativa o rating da empresa de petróleo e gás do grupo EBX.
As instituições financeiras internacionais apontaram ontem risco mais concreto de calote e bancos estimaram que os papéis da petroleira podem chegar a valer R$ 0,10. A S&P atribui a perspectiva negativa "à grande vulnerabilidade de não pagamento e à dependência de condições favoráveis para cumprir seus compromissos". A Moody´s justifica que o rebaixamento "é motivado pela fraca resposta na produção de petróleo e nos fluxos de caixa, comprometendo negativamente a cobertura de notas sênior da companhia sem garantias".
Na última segunda-feira, a companhia informou que seu único campo de petróleo em atividade, Tubarão Azul, na bacia de Campos (RJ), pode parar de produzir em 2014. A notícia fez a Bovespa despencar ao seu pior nível desde abril de 2009. Dos 71 papéis listados no Índice Bovespa, apenas dois registraram alta, com marcas bastante expressivas, no aspecto negativo, entre as outras 69 ações. O índice Bovespa recuou 4,24%, atingindo os 45.228, pior marca desde abril de 2009. A primeira, segunda e terceira maiores baixas foram, não por acaso, OGX (petrolífera), MMX (mineradora) e LLX (logística), com perdas de 19,64%, 17,29% e 11,24%, respectivamente.
O motivo para tornar a escrever sobre Eike Batista e o seu império X, deve-se a coincidência da sua derrocada financeira com a queda da popularidade da Presidente Dilma. O estouro de Eike remonta o Governo PT, ou seja, dez anos. O poderia econômico do empresário aumenta após acrise econômica de 2008, onde o Governo emitiu títulos da dívida pública, para repassar dinheiro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nota-se que o BNDES foi autorizado a emprestar 400 bilhões de reais a partir da crise do subprime americano. Títulos com juros de mercado e empréstimos do BNDES com juros subsidiados, tanto que a Caixa e o BNDES são seus maiores credores.
O fato é que, assim como muitas foram às demandas da sociedade nas manifestações, o governo não se entende, e a fatura da bonanza econômica, do crédito facilitado parece ter chegado ao fim e começa a ser cobrada. A BOVESPA derrete, a inflação assusta e preocupam, as famílias passam a ter medo, o empresário repensa seus investimentos. Muito estranho que o governo insista nas manobras, mesmo diante das evidências de perda de credibilidade na condução das contas públicas. Foram definidas novas capitalizações da Caixa Econômica Federal e do BNDES pelo Tesouro, combinadas com flexibilizações da política de dividendos das instituições, com o objetivo já conhecido de engordar a arrecadação federal com receitas recorrentes e extraordinárias. O X da questão é: quem vai pagar a conta?