Leitura
A greve geral realizada neste dia 11 em Passo Fundo não superou a mobilização registrada no município no dia 20 de junho. O movimento de ontem só ganhou contorno de greve porque motoristas e cobradores do transporte urbano surpreenderam a população com a decisão de não circular. As motivações dos dois movimentos talvez tenham contribuído para que houvesse diferença nos resultados. A mobilização histórica do dia 20, que reuniu mais de seis mil pessoas numa noite chuvosa e fria, foi embalada por uma indignação nacional. As pessoas foram para rua protestar de forma individual, sem vínculo partidário e muito menos identificadas com este ou aquele movimento. Já a greve de ontem teve seu foco identificado com grupos. Foi chamada por centrais sindicais e teve a participação de movimentos como a Via Campesina e CUT.
Diferença
Estima-se que cerca de três mil pessoas tenham participado da mobilização no município. Destas, pelo menos duas mil vieram de outras cidades: pequenos agricultores que lutam para garantir suas terras no processo de demarcação, e a via campesina que tem uma pauta relacionada a agricultura familiar. Em torno de mil pessoas estavam distribuídas entre cobradores, motoristas, estudantes, professores, bancários e sindicalistas. O comércio fechou pela manhã, mas os trabalhadores permaneceram nos locais. À tarde, as atividades comerciais foram normalizadas. O passo-fundense não aderiu em massa à greve, mas respeitou o movimento que, mais uma vez, foi pacífico como sempre deve ser.
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