"Este é meu quintal: ratos, lixo e água suja"

Sanga do bairro Lucas Araújo é um problema antigo e que atinge cerca de 200 famílias. Local é insalubre e propício a causar doenças

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A falta de canalização da sanga localizada na rua São Lázaro com a rua Minas Gerais, no bairro Lucas Araújo, é um problema de saúde pública. A sanga fica há cerca de 400 metros da Avenida Presidente Vargas e está abarrotada de lixo. O esgoto é despejado sem tratamento. A sanga é o quintal de dezenas de famílias que revelam que as crianças ficam doentes com frequência.

O morador Valdomiro Diniz, de 58 anos, relatou como é o quintal da casa dele há 24 anos. “A cena que eu vejo todos os dias é de muito lixo, ratos e água suja. Este é meu quintal e espero que um dia ele possa ser diferente. Já tem projeto na prefeitura, mas eles não fazem nada”, relatou o morador.

O presidente da Associação de Moradores do bairro Lucas Araújo, Clédio Patias, informou que em março deste ano, a nova administração da prefeitura de Passo Fundo esteve no local e prometeu providências. “Precisamos do recolhimento do lixo, tratamento para eliminar os ratos e agente de saúde. Além disso, a principal reivindicação é a canalização”, disse Patias.
Um projeto para canalizar cerca de 300 metros da sanga está na Secretaria de Planejamento. “Em janeiro fizemos um pedido de informação para a Secretaria e fomos informados que o projeto está pronto, mas não tem dinheiro. Cerca de 10 famílias terão que ser realocadas”, disse o presidente da associação.

A dona de casa Cláudia Santos, 45 anos, já perdeu as contas de quantas vezes sua casa já alagou. “A água sobe, alaga a casa, molha os móveis e a minha menina está sempre doente. Cachorro morto e ratos são comuns aqui”, disse Cláudia, que mora no local há 20 anos.

Para enfrentar o barro, os moradores usam botas de borracha. “Quando chove as crianças não conseguem passar a sanga pra ir para o colégio. Só bota pra enfrentar este barral”, reclamou Carine Oliveira, 31 anos.

Sem previsão para início das obras
Segundo a secretária de Planejamento, Ana Paula Wickert, o projeto contratado com recursos do Fundo Municipal de Gestão Compartilhada (Saneamento) busca a recuperação ambiental de zonas degradadas e ocupadas irregularmente pela população, através da implantação de obras de canalização do curso d’água existente e a urbanização ou reurbanização de suas vias marginais. O projeto compreende dois trechos de aproximadamente 300 metros de extensão. O investimento é de aproximadamente R$ 3 milhões. “Ainda não há previsão de início das obras, pois estamos em fase de captação do recurso para sua execução na íntegra. O recurso pode ser oriundo de emendas parlamentares ou editais de Ministérios e complementado pelo Fundo de Gestão Compartilhada”, explicou a secretária.

Sem previsão de agente de saúde
O secretário de Saúde, Luiz Artur Rosa Filho, informou que neste momento a Prefeitura está com dificuldade de contratação de recursos humanos porque o município está contendo gastos para atender a lei de responsabilidade fiscal. “Sabemos desta demanda. Precisamos de 50 agentes de saúde para atender zonas de risco como esta, mas vamos ter que aguardar para novas contratações”, explicou o secretário.

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