Em 24 horas, mais de 150 pacientes passam por cada uma das emergências dos hospitais, o que soma um atendimento de cerca de 300 pessoas diariamente entre o Hospital São Vicente de Paulo e o Hospital da Cidade. A sobrecarga, que é de cerca de 50% da capacidade instalada, se configura especialmente por pacientes que não precisariam estar na emergência e sim deveriam ter sido atendidas em uma consulta médica.
Este é o caso da senhora A. L, de 58 anos, que ontem (17) foi atendida na emergência do Hospital São Vicente de Paulo. Ela conta que tomou a medicação de costume para dor nas costas e que teve reação, como “dor de cabeça, tremedeira e moleza nas pernas”, como explica. Apesar de ter agendamento de raio X e consulta, feita através da unidade de saúde do bairro onde mora, ontem ela resolveu solucionar a dor procurando o hospital. “Eu fui no Cais na Vila Luiza em março procurando por um ortopedista, mas até agora não fui chamada, por isso hoje eu vim direto no hospital”, conta.
Tal como a senhora de 58 anos, pelo menos outras 130 pessoas que procuraram a emergência não eram casos para serem atendidos lá. “São basicamente dois tipos de populações que procuram as emergências. Existe um excessivo número de consultas: diríamos que hoje aproximadamente 90% de todos os atendimentos são consultas”, explica o vice-diretor médico e chefe da emergência do Hospital São Vicente de Paulo, Julio Stobbe. O número é semelhante também no Hospital da Cidade onde, dos 54 pacientes que aguardavam atendimento por volta das 15h de ontem, mais da metade não eram casos de urgência ou emergência.
De acordo com Stobbe, os outros 10% da população que chega até o local realmente deveria ser atendido neste setor do hospital. “Esse grupo são os pacientes que têm necessidade de internação, que também é muito grande. Este grupo que necessita internação divide-se em dois: idosos com múltiplas comorbidades, que são a grande maioria, e as vítimas de causas externas, como acidentes de trânsito, agressão, ferimento de arma de fogo, ferimento de arma branca, que é a outra população que precisa internar”, salienta o médico.
Dentre as consultas, a maior parte é de pacientes de Passo Fundo. “Os pacientes que vêm de outros municípios praticamente todos acabam internando, porque eles já foram avaliados por um médico na sua cidade de origem, que triou e mandou os mais graves. Os pacientes que vêm de fora, mais de 90% acabam internando, porque já são doentes graves e precisam vir para um centro de referência”, ressalta Stobbe.
O mesmo acontece no Hospital da Cidade. Segundo dados repassados pela assessoria de comunicação da instituição, o encaminhamento de pacientes da região precisa ser avisado com antecedência e somente são aceitos casos que realmente não possam ser atendidos em seus municípios de origem.
A matéria completa você confere nas edições impressa e digital de O Nacional. Assine Já