Os comerciantes da Avenida Moacir da Motta Fortes, no bairro Vera Cruz, não concordam com a proibição do estacionamento no trecho entre o cemitério e o módulo da Brigada Militar. A mudança ocorreu na manhã de sexta-feira (26) e de acordo com os empresários a Prefeitura de Passo Fundo não consultou a comunidade e também não comunicou previamente a alteração. Os comerciantes estimam que a falta de estacionamento dificulte o acesso dos clientes às lojas e o prejuízo poderá ser de até 80%. No final da tarde de sexta-feira, empresários e moradores realizaram um protesto na rua Teixeira Soares, em frente à residência do prefeito Luciano Azevedo.
A instalação das placas e a pintura da faixa amarela pegaram de surpresa os moradores e comerciantes da Avenida Moacir da Motta Fortes, na região central do bairro, onde estão presentes agências bancárias, mercados, fruteiras e outras dezenas de lojas. “Chegamos aqui de manhã e as placas estavam instaladas. Não fomos consultados ou informados sobre as alterações. Estimamos uma queda de 80% nas vendas”, revelou o empresário, Luiz Carlos Merlin.
Uma comissão de comerciantes procurou a Secretaria de Segurança Pública, ainda na manhã de sexta-feira, para pedir explicações e tentar reverter a proibição, que faz parte de um projeto do sistema viário financiado com recursos do BID. “Não fomos consultado durante a elaboração do projeto, nem durante a sua aprovação. É um absurdo e inaceitável que esta alteração seja feita nos dois sentidos da avenida. Não vamos tolerar esta situação. O secretário Gilmar Lopes disse que a medida é irreversível”, declarou Merlin.
A família de Leandro Ferrari é proprietária de uma agropecuária há cerca de 50 anos e estima grandes prejuízos. “Não colocaram nem espaços para carga e descarga. A proibição inviabiliza o transporte de mercadorias para o estabelecimento. Simplesmente proibiram sem aviso nenhum”, reclamou Ferrari.
Para os comerciantes, a decisão do Poder Público foi unilateral. “A comunidade não teve participação neste projeto. Conheço esta região há anos e não vejo razão para proibir o estacionamento de veículos com o objetivo de melhorar o fluxo”, declarou o comerciante, Antonio Elói Martins, que possui estabelecimento há mais de 20 anos no local.
Protesto
Um protesto foi realizado pelos moradores e comerciantes por volta das 17h30 de sexta-feira, em frente à residência do prefeito Luciano Azevedo, na rua Teixeira Soares. O secretário de Segurança esteve no local e escutou as reivindicações da comunidade. Uma reunião entre o poder público e os comerciantes foi marcada para as 11h de sábado, na praça do módulo da Brigada Militar.
Alterações deverão ser mantidas
O secretário de Segurança Pública, Gilmar Lopes, ressaltou que a medida foi tomada para garantir fluidez no tráfego de veículos e para criar uma relação interbairros para desafogar a Avenida Brasil, fazendo, por exemplo, que os motoristas do Boqueirão utilizem a Avenida Moacir da Motta Mortes para se dirigir a vila Fátima, ao invés da Avenida Brasil. “Para fazer isso é necessário uma adequação no sistema viário das vias que receberão estes condutores que evitarão o centro e também a retirada de estacionamento para dar fluidez”, justificou Lopes.
A alteração faz parte do projeto do sistema viário do BID e Secretaria de Segurança. De acordo com Lopes, o projeto foi levado para apreciação pública em anos anteriores e é fruto de um estudo viário realizado por especialistas. “O estudo levou em consideração o comportamento e a quantidade de veículos. O BID e a Secretaria olham o município de cima. É um projeto muito amplo para um futuro próximo e, muitas vezes, gera estas situações delicadas. É possível fazer adequações viárias no local, mas não existe a possibilidade de permitir o estacionamento novamente”, informou o secretário.