A versão carioca de O Nacional

Colecionador adquire exemplares do semanário editado pelo jornalista Tarso de Casto nos anos 80

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A manchete ‘Neri Silveira, um golpista de 64 no TSE’, ao lado de uma foto provocante da atriz e cantora Mariana Moraes, neta de Vinícius de Moraes, com parte do seio de fora, estampavam a capa da edição zero da versão carioca do jornal O Nacional, publicado em outubro de 1986, sob o comando de uma das figuras mais polêmicas do jornalismo brasileiro: Tarso de Castro. 

Com editorial brizolista e uma tiragem de aproximadamente 70 mil exemplares, o semanário, em formato standard, durou pouco mais de um ano, mas entrou para a história do jornalismo alternativo do país. Na semana passada, três edições desta trajetória foram resgatadas pelo proprietário do Antiquarius de Passo Fundo, Wilson Pinheiro.

O material faz parte de uma coleção de 26 exemplares de jornais alternativos que pertencia à família do ex-governador do Rio de Janeiro, Francisco Negrão de Lima. Ele comandou o estado de 1965 a 1970 e faleceu no ano de 1981. Além de O Nacional, o acervo também traz edições do Jornal Repórter, Daily Planet e Planeta Diário. “Adquiri a coleção através dos familiares do ex-governador. Já recebi três exemplares de O Nacional, mas ao todo são oito” explica Pinheiro. Assim que a aquisição do material foi postada do site Clube dos Colecionadores, já surgiram interessados. Do Paraná, um ex-exilado no período da ditadura no Brasil já fez contato manifestando interesse na compra.

Time da pesada
A versão carioca de O Nacional chegou às bancas 61 anos após a publicação da primeira edição passo-fundense, ocorrida no dia 19 de junho de 1925. A data é lembrada na página 2, logo abaixo do artigo ‘Altas novidades para vocês’ de João Ubaldo Ribeiro. No texto, dividido em duas colunas, o escritor atacava o preconceito, como prenúncio de uma discussão que inacreditavelmente voltaria à tona no Congresso Nacional quase 30 anos depois. “O homossexualismo não é uma doença. O homossexual é um ser humano como outro qualquer com preferências diversas no terreno sexual, da chamada maioria heterossexual. Apenas isso. Procurar ver o homossexual a nível de doença é mais uma manifestação do preconceito que todos nós sabemos que existe, penalizando a noção de que, antes de tudo, o homossexual é um ser humano como nós e, portanto, merece ser amado e respeitado (Palmas, palmas)”, dizia um trecho do artigo de João Ubaldo.

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