No lugar de letras e números, dicas sobre o formato da cuia, temperatura da água e qualidade da erva-mate. A lição de ontem no colégio Bom Conselho foi sobre o preparo e benefícios da bebida mais característica do Rio Grande do Sul. Para ensinar os segredos de um bom chimarrão, ninguém melhor que um professor. Diretor do Instituto Escola do Chimarrão, Pedro José Schwengber percorre o Brasil divulgado seus conhecimentos na matéria.
A parada de ontem no Bom Conselho fez parte da programação em homenagem ao dia dos pais e também do projeto do livro Causos do Vovô Zacarias, que será lançado durante a Jornada Nacional de Literatura. “Enquanto os causos eram contados, o chimarrão passava de mão em mão” lembra a diretora, irmã Lourdes Oro. No encontro da tarde, Pedro conversou com os alunos, exibiu um vídeo, depois surpreendeu ao preparar um chimarrão em apenas 11 segundos. Desde 2006, quando fundou a Ong, ele tem levado o projeto, itinerante Mateada Cultural para escolas e feiras de diversos estados, através de um ônibus personalizado e adaptado, cedido pela Polícia Federal.
Natural da cidade de Venâncio Aires, considerada a Capital Nacional do Chimarrão, Pedro revela ter despertado o interesse pela bebida após uma conversa com um médico. “Fiquei espantado quando ele começou a descrever os benefícios de um mate para a saúde” lembra. Empresário do setor de soja decidiu abandonar a atividade para se dedicar ao novo projeto. “Posso afirmar com toda certeza que me encontrei. É uma realização e um aprendizado permanente a convivência com as crianças e o encantamento dos pais. Antes eu tomava chimarrão por hábito e tradição, hoje é por consciência sobre seus benefícios” revela. Pelo seus cálculos, afirma ter ministrado aulas para quase 1,5 milhão de pessoas. Nestas andanças, já chegou a permanecer 58 dias longe de casa, com sua equipe que varia de 4 até 19 pessoas, dependendo do evento.
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