Disco de vinil começa a recuperar terreno em relação ao CD

Produção dos famosos ?EUR~bolachões?EUR(TM), aumentou em 110% no ano passado em comparação a 2010 e segue crescendo em ritmo acelerado.

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A qualidade do som é infinitamente melhor.  Depois do primeiro argumento, dito com uma certeza inabalável acompanhado de um brilho no olho, surgem outros como, a arte das capas em formato maior, a ficha técnica, o prazer de manipular na troca da faixa, ou então, do lado A para o B, e assim por diante. O que até bem pouco tempo atrás parecia ‘discurso de nostálgicos’ nadando contra a correnteza da tecnologia,  vem atraindo os ouvidos da geração que cresceu em meio às mídias digitais e refletindo no mercado da indústria fonográfica. Dados da Polysom, única fábrica de disco de vinil da América Latina, instalada no Rio de Janeiro, demonstram que a produção dos famosos ‘bolachões’, aumentou em 110% no ano passado em comparação a 2010 e segue crescendo em ritmo acelerado.

O dado é significativo  para um produto que praticamente havia deixado de ser fabricado no Brasil a partir dos anos 90, com a chegada do CD. Um retorno que não está relacionado apenas ao saudosismo. Mesmo com custos bastante elevados em relação ao CD, artistas voltaram a optar pelo vinil justamente pela qualidade do resultado final. Nomes como Maria Rita, Pitty, Nação Zumbi, Ana Carolina, Fernanda Takai, Exaltassamba, Zeca Baleiro, legião Urbana, Los Hermanos e muitos outros, já tiveram seus trabalhos gravados em LPs. Na mesma onda, a fábrica viabilizou o lançamento da coleção “clássicos do vinil”, trazendo álbuns nacionais como ‘Cabeça Dinossauro’, dos Titãs, ‘Todos os olhos’ de Tom Zé, ‘A tábua de esmeralda’ de Jorge Bem Jor, entre outros.    
     
Em Passo Fundo, o representante deste retorno aos ‘bolachões’, é o músico Maikon Varela Ubertti, 24 anos. Para não abrir mão das vantagens do LP, o vocalista, guitarrista e compositor decidiu bancar do próprio bolso, a gravação do primeiro disco chamado Gepetos Almas Brasucas, homônimo da banda formada por mais dois integrantes. Para obter 400 cópias, o músico precisou desembolsar aproximadamente R$ 7 mil. O custo representa mais do que o dobro do orçamento de um CD, mas a diferença de qualidade, segundo ele, justifica o investimento.  “A fidelidade sonora, os timbres dos instrumentos são mais reais. Tem toda uma concepção mais artística” argumenta. Adepto do estilo Art Rock, o trabalho, gravado no estúdio Café com leite, em Passo Fundo,  traz oito canções, a maioria compostas por ele.

Maikon recebeu os discos em maio deste ano, após um ano de tratativas e economia, mas o processo de fabricação e entrega do material por parte da Polysom, levou apenas 45 dias. Natural da cidade de Ouro, em Santa Catarina, ele veio para Passo Fundo em 2008, onde cursou a faculdade de Música da UPF. Na estante da sala de seu apartamento, ele mantém uma coleção de aproximadamente 200 LPs. A fidelidade ao vinil é tamanha que ele  chegou a se desfazer dos CDs que tinha. “Na verdade o vinil parou de ser fabricado no Brasil, mas não em  países como Estados Unidos, Japão, Inglaterra e outros. Não que seja impossível, mas acho difícil surgir uma mídia com a qualidade do vinil” argumenta. Gepetos e Almas Brasucas está sendo comercializado pelo valor de R$ 39,90, e pode ser encontrado em sebos da cidade, ou então, através dos seguintes contatos: (054) 3601.3056, 91789242, ou pela página no Facebook

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