OPINIÃO

A Comunidade Anarquista de Erebango (1ª parte)

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Um dos últimos territórios do Rio Grande do Sul a ser ocupado através de projetos de colonização, o Sertão do Alto Uruguai integrava o município de Passo Fundo desde sua criação no ano de 1857. A iniciativa partiu do governo do Estado e objetivava resolver parcela dos problemas sociais das chamadas “Colônias Velhas” nos primeiros anos do século XX. Além da migração a atração de imigrantes de diferentes nações da Europa.

A construção da linha férrea que ligaria o Estado mais meridional do Brasil a Santa Catarina, Paraná e São Paulo, abrira caminho pelos campos e florestas da região. E seria decisiva para consolidar a colonização, alavancando o desenvolvimento econômico. Entre as Estações Passo Fundo e Marcelino Ramos outras seriam criadas ao longo da extensão - Coxilha, Sertão, Erechim, Erebango, Capo-Erê, Paiol Grande, Barro e Viadutos. No seu entorno se desenvolveram núcleos urbanos e muitas delas alcançaram ainda na primeira metade do século XX o status de município.

Concebida pelo engenheiro Carlos Torres Gonçalves, diretor do Departamento de Terras e Colonização, órgão do governo do Estado, a Colônia Erechim foi criada por força de Lei no ano de 1908. No ano seguinte os trabalhos de demarcação e instalação de sua sede foram entregue ao Coronel Severiano de Souza e Almeida. Ele escolheu uma área localizada nas margens do Rio dos Índios para a sede, núcleo inicial da hoje cidade de Getúlio Vargas. No primeiro dia do ano de 1910 desembarcaria na plataforma da Estação Erechim a primeira leva de imigrantes. Desde então o fluxo de colonos se intensificou consolidando o projeto.

O governo do Partido Republicano Riograndense fez da Colônia Erechim, através dos servidores do Departamento de Terras e Colonização, um ensaio bem sucedido de colonização. Com forte influência do Positivismo, que marcou o governo de Julio Prates de Castilhos e de seu herdeiro, Antônio Augusto Borges de Medeiros, o projeto foi um contraponto as empresas particulares de colonização. As famílias eram assentadas em lotes que variavam de 25 a 30 hectares, dependendo do número de membros. A produção de gêneros agrícolas deveria suprir à demanda dos centros urbanos, fazendo o contraponto à tradição a atividade da pecuária da região sul.

Diferentemente de outros projetos que concentraram determinada etnia, os funcionários da Comissão de Terras da Colônia Erechim tiveram o cuidado de integrar nas linhas e travessões famílias de descendentes ou imigrantes italianos, alemães, poloneses e outros. Levantamento realizado por servidores do Arquivo Histórico de Erechim apontam que ao longo do processo mais de vinte diferentes etnias se instalaram nas áreas urbanas e rurais.

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