As razões na saúde
O momento que envolve os médicos na dificuldade governamental para suprir a falta de profissionais não pode ser analisado de um único ponto da vista. Há crise de estrutura na saúde, por várias razões. Uma delas é que a afirmação democrática de cidadania começa a fazer sentido para socorrer a necessidade das pessoas. Esse atendimento deve ser o grande dogma do estado. No debate das condições e contratações de médicos é preciso afastar picuinhas e parar de fingir.
Faltam condições de atendimento, por falta de gestão municipal e muita corrupção que drenou dinheiro da saúde. Mas, também é verdade que temos uma classe médica que, não tendo obrigação legal de ser altruísta, aproveita a pressão popular para se valorizar profissionalmente. Neste movimento aparecem mazelas bastante conhecidas, como a recusa de grande parte dos médicos em cumprir as 40 horas de trabalho. Nisso também houve melhora. Houve tempos de abuso escancarado na contraprestação de médicos, em situações facilitadas por maus gestores públicos. O resultado desta fricção de razões deverá ser o equacionamento mínimo da resposta que o público precisa para receber assistência.
Sacerdote
Retomamos o tema da mística que tem sido atribuída ao médico. Sua aura é relacionada à angústia do paciente, mas não foge da lógica a crença assinada que o torna herói ao se realizar a cura. Por isso, e pelo dom de muitos médicos dedicados, a medicina é carreira especial. Também por isso, ao ser elencada como preferência avassaladora entre as escolhas de graduação em nossas universidades, cria-se a grande expectativa de retorno aos estudantes que se concentraram durante a juventude para estudar. O glamour de ser médico (que é justo) nem sempre terá recompensa financeira almejada. Cuidar da saúde exige investimento enorme na preparação acadêmica dos prestadores e bom reconhecimento. Aí reside a grande polêmica.
A profissão de topo social ainda não se definiu com relação aos rumos de um país capitalista que socializa atendimento de saúde. Tudo é rigorosamente peculiar nesta matéria que diz respeito à vida de cada um e que é literalmente de vida ou morte. Essas coisas não se decidem apenas com dinheiro, mas menos ainda com a carência. Não é ponderável exigir que o médico, e outras profissões da saúde sejam movidas a um desejo heróico ou sacerdócio.
Cubanos
Já se afirmou que a saúde e medicina em Cuba teve momentos bem melhoras. Desde que a União Soviética deixou de existir, mermaram os recursos do primeiro mundo. Caiu o padrão. Em alguns aspectos ainda se menciona a sabedoria cubana, que foi uma escola médica respeitada nas Américas. Mas hoje é preciso ter cuidado com as conseqüências do sucateamento, conforme informações que nos foram oferecidas por pessoas que constataram dificuldades por lá. Não é mais a qualidade inabalável, tanto quanto é o charuto cubano.
Retoques:
* O professor e embaixador Samuel Pinheiro Guimarães diz que a espionagem americana é antiga. O que muda, agora, nesta onda de “descobertas” é o motivo bélico adotado pelo governo Obama: combate ao terrorismo. O Brasil, também, desenvolveu nos últimos anos uma política de menor dependência. Lutamos pela soberania, num mundo globalizado.
* Homofobia: o pobre tem sérios problemas para ser respeitado na opção sexual. Para o abastado, no entanto, tudo é mais fácil.
* O estilo Joaquim Barbosa o Supremo Tribunal Federal, mostrou que é possível influenciar em favor da honestidade neste país. Esta desculpa de altos magistrados ou eminentes homens públicos que querer dizer-se isentos, muita vez pode esconder omissão.
* O jornalista Acácio Silva construiu estilo de trabalho muito próprio e referência para comunicadores que se preocupam com a responsabilidade ética social, na a reportagem policial. Na sua versão dos fatos há rigor na clareza, sem perder o brilho. E mais: para quem lida com a tragédia cotidiana Acácio não transige no respeito à pessoa. Sempre evita a prática escarninha, comum alhures.