Trigo gaúcho deverá ter vantagens em relação ao Argentino

Avaliação de cultivares nacionais desenvolvidas em Passo Fundo têm se sobressaído em relação aos trigos do país vizinho

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Cultivares de trigo desenvolvidas em Passo Fundo foram testadas recentemente na Argentina apresentando melhores resultados. Um ponto positivo para os triticultores brasileiros é o fato de o padrão de qualidade do trigo do país vizinho apresentar um decréscimo nos últimos anos devido à entrada de outras cultivares com menor qualidade. Além disso, a Argentina mantém uma política de cobrar 26% de retenção do total da produção, castigando os produtores. Outro fator positivo para o trigo gaúcho diz respeito às cultivares utilizadas. Testes realizados recentemente com trigos desenvolvidos em Passo Fundo têm apresentado melhores resultados de acordo com o engenheiro agrônomo da OR Sementes Fábio Ceccon.

Ele explica que mesmo o trigo brasileiro tendo genética para produzir com mais qualidade, esse resultado é muito dependente do clima, enquanto na Argentina as condições são mais favoráveis. Por outro lado, o padrão de qualidade do trigo argentino tem diminuído devido ao cultivo de material genético com maior potencial de rendimento e menor qualidade. “Com a frustração de safra ano passado diminuiu os estoques, a Argentina não exportará nada antes do fim do ano, pois não tem estoque e a colheita inicia final de novembro. Bom para o trigo brasileiro, que entrará antes no mercado com elevado preço”, avalia.

Em relação ao clima argentino, Ceccon destaca que o país vizinho tem algumas vantagens, principalmente a menor precipitação no inverno. Com as chuvas concentradas normalmente na primavera e no verão, o trigo argentino tem menos incidência de doenças além de ter a fotossíntese beneficiada o que interfere na produtividade final.

Mesmo com o otimismo no setor, Ceccon destaca que ainda há muita coisa para acontecer no ciclo da cultura. “São grandes as esperanças no RS que continua com um ótimo potencial de rendimento com qualidade”, opina. Assim como no Estado o clima tem colaborado na região que corresponde a 80% da produção argentina na província de Buenos Aires, Santa Fé e Córdoba.

Pesquisa
Ceccon também realizou uma avaliação de rendimento de três cultivares da OR Sementes na Argentina. “Basicamente analisei os resultados de rendimento e qualidade das linhagens e cultivares OR. Os resultados foram os melhores possíveis, pois nossas cultivares Ametista, Jadeíte 11 e Topázio lançadas no Brasil, ficaram com qualidade superior às testemunhas do ensaio, com estes resultados confirma ainda mais o potencial das cultivares brasileiras, aumenta a confiança e nos mostra que podemos competir com trigo Argentino”, resume.

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