Médicos cubanos: Uma formação humanista

Médico brasileiro formado em Cuba atua em Palmeira das Missões e presta serviço voluntário em Pontão

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Filho de pequenos agricultores e sem condições, na época, de pagar uma Faculdade de Medicina no Brasil, Antonio Marcos de Almeida, 32 anos, optou por realizar o curso em Cuba, na América Central. Foram seis anos e meio, entre 2003 e 2009, de formação médica e cultural com jovens de outras 25 nacionalidades. Almeida fez parte de um programa do governo cubano que formou 10 mil médicos para atuar na América Latina e Caribe com o objetivo de atender as camadas mais pobres da população. Atualmente, o médico formado pela Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) de Cuba, atua no Hospital de Palmeira das Missões, faz plantões no Samu e presta serviço voluntário em Pontão.

Almeida nasce em Sagrada Família, um município que, na época, pertencia a Palmeira das Missões. O jovem sempre estudou em escolas públicas e tinha o sonho de ser médico. Mas, a falta de condições financeira da família fez com que o sonho fosse realizado em outro país. “Não foi uma opção. Sou de uma família de pequenos agricultores. Há 10 anos, a possibilidade de entrar em um curso de medicina era muito remota. Sempre estudei em escolas públicas e trabalhava. Não teria chances de competir no vestibular com pessoas que só se dedicavam aos estudos. Este é o perfil do estudante de medicina no Brasil que tem a possibilidade de fazer cursinhos particulares. Para o pobre é difícil”, explicou o médico.

O médico validou o seu diploma na Universidade Federal de Mato Grosso e fez especialização na área da saúde da família em Fortaleza, no Ceará. Depois de trabalhar na periferia de Fortaleza, voltou ao Rio Grande do Sul e atuou dois anos como médico da Estratégia da Saúde da Família, em Pontão. Atualmente, trabalha no Hospital de Palmeira das Missões, em seis comunidades rurais e faz plantões no Samu. Além disso, dedica um turno de trabalho voluntário, em Pontão.

Formação humanista

A base da formação em Medicina em Cuba é humanista. De acordo com Almeida, a formação generalista prepara o médico para lidar com o nível primário da saúde. A abordagem é feita por multiprofissionais e de maneira intersetorial. O trabalho de equipe é valorizado em Cuba. “Abordamos as pessoas a partir de uma visão holística, de forma integral. Não podemos pensar que uma dor de cabeça é apenas uma dor de cabeça. É a dor de cabeça de um cidadão que possui determinada condição de vida. A formação cubana não trabalha a partir de uma logística hospitalocêntrica como no Brasil e sim, a partir da atenção primária. Isso não significa prejuízo na formação”, salientou o médico.

A matéria completa você confere nas edições impressa e digital de O Nacional.  Assine Já

Gostou? Compartilhe