A Secretaria de Defesa Agropecuária divulgou na última semana os resultados de análises realizadas por meio do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal. Entre os produtos analisados, o tomate e o trigo gaúchos tiveram os resultados menos satisfatórios. Entre os resíduos encontrados nas análises, produtos de uso proibido no Brasil e outros não permitidos para utilização nas culturas analisadas. Para a pesquisadora da UPF na área de resíduos de agrotóxicos em trigo e professora do curso de Química Maria Tereza Friedrich os dados são preocupantes, pois se verifica a utilização de produtos não autorizados para as culturas ou de uso proibidos, assim é necessário observar uma melhor condução das lavouras e rigidez nas fiscalizações para evitar esse tipo de problema.
A pesquisadora explica que as substâncias identificadas são inseticidas e fungicidas. Para alguns agrotóxicos há limites máximos estabelecidos, permitidos de serem encontrados resíduos, de acordo com legislação específica. Entretanto, ainda são poucos os estudos dos riscos de consumo desses resíduos, em baixas concentrações, por longos períodos. “As análises identificam resíduos em miligramas por quilo, o que significa que é uma parte em um milhão. No caso do trigo, por exemplo, que é utilizado em muitos alimentos, gera um acúmulo no que é consumido”, esclarece, ponderando, que é preciso observar que muitas dessas substâncias se degradam nos processos industriais, mas não completamente.
Para ela, desde o início do programa de controle se observa uma diminuição gradativa nos resíduos encontrados. “Percebemos que essa diminuição se dá por vários fatores como o menor prazo de carência das substâncias, que degradam mais rapidamente, e possivelmente a melhor consciência de quem produz. Está havendo uma melhora, mas o ideal é não ter nada de resíduo”, enfatiza.
Micotoxinas
Outro dado positivo apontado pela professora é que a ocorrência de micotoxinas também tem diminuído nos alimentos avaliados. De acordo com ela, o monitoramento tem exigido melhores práticas de manejo da lavoura e também do armazenamento, o que reduz a incidência do problema.
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