Internos do Case geram tumulto

Grupo de 10 internos envolvido na confusão vai responder a procedimento administrativo disciplinar

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Menores internos do Centro de Atendimento Sócio Educativo (Case), de Passo Fundo provocaram o chamado ‘pedalaço’ durante a noite de segunda e início da madrugada de ontem. Eles provocaram um tumulto chutando as portas dos alojamentos por cerca de duas horas. A direção da casa foi obrigada a chamar funcionários que estavam de folga para reforçar a segurança e conter a ação dos adolescentes. Ninguém ficou ferido. Diretor do Case, Lauro Pasinato disse que a confusão foi provocada por um menor, de 12 anos, que estava sozinho em uma dos dormitórios e passou a chutar a porta. “Quando os monitores foram retirar ele para evitar mais transtornos, os demais não se conformaram e passaram a fazer o mesmo” conta. O tumulto se estendeu por aproximadamente duas horas. Pelo menos 10 funcionários, incluindo psicólogos e advogado, foram chamados às pressas. Eles conseguiram contornar a situação sem a necessidade de acionar a polícia. 

Aproximadamente 10 menores foram levados para o pátio e permaneceram algemados até o início da madrugada. De acordo com a direção, eles responderão a um procedimento administrativo disciplinar, medida que pode restringir a participação deles em algumas atividades desenvolvidas pela instituição, ou até mesmo, apontar para possíveis transferências.

Com capacidade para 40 vagas, o Case abriga atualmente 59 menores infratores. Considerada modelo no Rio Grande do Sul, na avaliação feita pelo Programa Justiça ao Jovem do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a situação ficou mais tensa, conforme a direção, nos últimos dois meses, a partir da transferência de alguns adolescentes de outras unidades do Estado. “Eles exercem uma influência negativa nos demais. Já identificamos esta situação e estamos tomando as providências” alega Pasinato.
Para o diretor do Case, a unidade de Passo Fundo, responsável pelo atendimento de 143 municípios na região, não enfrenta problema de falta de pessoal. Conforme Pasinato, no mês de julho, chegaram seis sócio-educadores, um advogado e duas assistentes sociais. Está prevista a vinda de pelo menos mais sete funcionários das diferentes áreas” afirma.

Na avaliação do juiz da Vara da Infância e Juventude de Passo Fundo, Dalmir Franklin Júnior, o número de funcionários ainda é insuficiente para atender a demanda. Ele definiu como preocupante o tumulto ocorrido na noite passada. “Temos problemas, mas desta vez, adolescentes de todos os alojamentos participaram. Preocupa por ser em uma unidade considerada modelo. Não é um fato isolado. Recentemente tivemos rebeliões em Pelotas e motins em Caxias do Sul. Vamos aguardar o resultado do procedimento administrativo” disse.

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