Cooperação, autogestão e solidariedade. Essa é a base do modo de economia solidária, que terá destaque durante os dias 08,09 e 10 de novembro na 13ª Feira Regional da Economia Popular Solidária e Mostra da Biodiversidade. O lançamento ocorreu na Câmara de Vereadores e evidenciou o tema deste ano, a Cadeia Solidária das Frutas Nativas.
Entre as autoridades presentes na cerimônia de lançamento esteve o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Carlos Eduardo Lopes da Silva, que destacou a importância do modelo de economia solidária centrado no valor social de cada indivíduo participante do sistema. Em pronunciamento, o secretário enfatizou o compromisso da administração municipal com a preservação ambiental e o desenvolvimento social de Passo Fundo.
O Vereador Rui Lorenzato (PT) também esteve presente no evento de lançamento da Fresol 2013. Na oportunidade, ele destacou o grande desafio da sociedade em tornar o modelo de economia conhecido e praticado pela população. "A Economia Solidária é uma rede de pequenos empresários que praticam o comércio justo e sustentável. É desafio para o governo e também para a sociedade incentivar a prática dessas de ações que preservam o meio ambiente e valorizam o trabalho realizado pelo artesão, o agricultor, o artista e demais meios".
O vereador destacou também a importância do tema deste ano, que traz a Cadeia Solidária das Frutas Nativas em evidência. "O tema não poderia ter sido melhor escolhido, pois estamos habituados a consumirmos apenas frutas conhecidas e que em sua maioria não são de nossa região. Possuímos uma diversidade de frutas nativas que podem ser base, através da polpa, para diversos produtos". Por fim, Rui Lorenzato fez o convite para que a população participe da Fresol 2013 e que também se envolva nas ações que ocorrem durante todo o ano.
Alvir Longhi, que faz parte do Centro de Tecnologias Alternativas e Populares (CETAP) vê a economia solidária como uma concepção que ainda está em construção: “é uma outra dinâmica de fazer uma gestão econômica, social e ambiental dentro dos princípios da solidariedade, sem explorar e sem prejudicar o outro integrante da cadeia produtiva”.
Alvir é testemunha de que gestar dinâmicas sócio-organizacionais ainda é difícil porque a sociedade vem de um período histórico em que o pensar o bem próprio prevalece ao bem comum. “Ainda é muito forte a prática do individualismo, mas o CETAP tem conseguido desenvolver metodologias e dinâmicas que façam com que as perspectivas individualistas se rompam aos poucos para que processos organizativos sejam construídos”, afirma Alvir.
Durante o lançamento, Alvir destacou que as frutas nativas é apenas um dos temas trabalhados pelo CETAP no contexto da agroecologia. Segundo o representante da organização a experiência que se está construindo no Rio Grande do Sul com o conjunto de atores articulados através da cadeia solidária das frutas nativas é uma demonstração concreta de que é possível construir cadeias solidárias produtivas e economicamente viáveis entre atores da economia solidária e demonstrar para a sociedade de que isso é possível e que há muitas vantagens.
Um dos responsáveis pela difusão desse modelo de economia e coordenador executivo do Fórum da Economia Solidária e da Fresol, Ademar Marques, salientou o jeito diferente de produzir, vender e comprar aquilo que é necessário para viver. “A economia solidária contribui para o meio ambiente, favorece a cooperação, fortalecendo os grupos envolvidos, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem”.
Além de oficinas de culinária, a Fresol abre espaço para discussões sobre o modelo de economia e responsabilidade social. Quem for até o Igaí Eventos encontra também produtos de artesanato, artes sustentáveis, produtos da agricultura familiar e agroindústrias. Este ano, a feira conquistou o porte estadual com participação de expositores e visitantes de todo o Estado.
