Ferramentas para enfrentamento da violência sexual

Seminário promovido pelo Cepia e pelo Ministério Público chegou à sétima edição mostrando formas de enfrentamento da violência para psicólogos, assistentes sociais e professores

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Com auditório quase lotado aconteceu nos turnos da manhã e tarde de ontem (26) o Seminário de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes – Um olhar de paz sobre a Violência, que este ano chegou a sua sétima edição. O evento é uma promoção do Centro de Estudos e Proteção à Infância e Adolescência (Cepia) e Ministério Público Estadual, através Promotoria de Justiça Regional de Educação. No turno da manhã, a palestra do psicólogo Julio Cesar Rodrigues Carneiro abordou o tema do abuso e da educação. O especialista em Terapia Cognitivo-comportamental, professor e mestre em Educação Musical proferiu palestra com o tema A educação aprisionada através da exploração sexual infantil ao grande público formado, em sua grande maioria, por psicólogos, professores, assistentes sociais, orientadores educacionais e professores.

No turno da tarde, as atividades começaram com apresentação da peça teatral Quando Alguém se Importa, encenada pelo grupo Timbre de Galo. Na sequência, a psicóloga Cátula Pelisoli, especialista em Psicoterapia Cognitivo-comportamental, mestre e doutoranda em Psicologia da UFRGS e vice-coordenadora do curso de Psicologia da Facos abordou o tema Família e Violência: repercussões na vida da criança e do adolescente. Nas duas palestras, os psicólogos mostraram algumas das ferramentas para identificação e enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.

A família e a função protetiva
Na abordagem sobre o tema família e violência, a psicóloga Cátula Pelisoli falou da importância de desconstruir a ideia de que toda vítima de violência terá somente consequências negativas. De acordo com ela, isso só vai acontecer se o problema não for enfrentado e se tratar de uma situação repetitiva. “Existem diversos fatores que devem ser tratados e levados em consideração, especialmente a função de proteção que deve ser exercida pela família”, destaca. Para Cátula, a estrutura familiar, que muitas vezes é diferente do conceito histórico de pai, mãe e filhos, é de onde deve vir a primeira proteção à criança e ao adolescente. Mas, neste contexto, é importante salientar que a forma familiar não tem o mesmo significado que a função, ou seja, muitas vezes a figura paterna, por exemplo, pode estar ligada a outro membro familiar que não o pai. Mais do que a estrutura familiar, o contexto onde vivem essas famílias é que pode influenciar no modo como as famílias lidam com a questão da violência, inclusive a violência social. De acordo com ela, questões como local onde vivem, religião, escolaridade e situação financeira são fatores que exercem influência no modo como cada família lida com situações de violência.

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