A busca da pluralidade

Na tarde de domingo (29), comunidade LGBT se reuniu, na 2ª Parada da Diversidade, com uma programação que busca, principalmente, igualdade e aceitação

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Desde a quarta-feira, a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais)  e apoiadores da causa estão reunidos na 2ª Semana da Diversidade. O tema deste ano coloca em pauta as novas configurações de família e, também, os direitos que são assegurados para a comunidade. No domingo à tarde, o encerramento da semana aconteceu no Parque da Gare e reuniu centenas de pessoas na 2ª Parada da Diversidade.

Organizada pelo Plural LGBT e, também, com o apoio do Cpers Sindicato, Sindicato dos Comerciários, dos Bancários, dos Trabalhadores em Educação, da UPF, IMED, IDEAU, Diretório Central de Estudantes da UPF e, também, da IMED, Diretório Acadêmico América Latina – UPF e Coletivo Estudantil pela Saúde, a 2ª Parada da Diversidade iniciou as atividades no início da tarde de domingo e encerrou com uma caminhada pelas principais ruas da cidade. “A ideia da parada surgiu, na verdade, junto com a ideia de fazer um movimento LGBT em Passo Fundo. Então, ela não surge como uma ideia de parada festiva, simplesmente. Surge com a ideia de fazer um grande ato de protesto. É um espaço que temos que politizar e não somente largar uma música alta e fazer show. É importante usar esse espaço para mostrar nossas reinvindicações”, comenta Oscar Santos, estudante de Biologia da Faculdade de Santa Maria – campus Palmeira das Missões – e ativista do Plural LGBT.

O tema escolhido para este ano é um protesto contra o fundamentalismo homofóbico, explica Oscar. “A gente se propõe a pluralizar o respeito pelas famílias – colocar um “S” nessa família, porque elas são muitas e são diversas e merecem igual respeito”. A programação contou com intervenções dos movimentos sociais e sindicatos que colaboraram na organização da Parada e, também, um espaço para pessoas do meio LGBT e apoiadores da causa apresentarem o show e a cultura drag e de travestilidade. “Foi um espaço para brincar com o gênero – que as pessoas acham que é estanque”, comenta Ronaldo Canabarro, professor de História, ativista e atual coordenador do Plural.

Antes de domingo, durante a semana, a discussão abordou o direito e a saúde da população LGBT. Na quarta-feira, aconteceu o debate “Direito das Famílias” que esclareceu aspectos jurídicos das famílias. “A discussão explorou como a comunidade LGBT é vista pelo Direito e o que o Direito tem a nos dizer sobre as nossas famílias – as que geraremos e as que estão por vir”, comenta Ronaldo. Na quinta-feira, João Nery, psicólogo e considerado um dos primeiros transexuais do Brasil, discutiu sobre a paternidade.

Na sexta-feira, o Plural recebeu os alunos do Arco Verde para uma conversa aberta. Ronaldo destaca que a experiência de ouvir as ideias de adolescentes de 14 e 15 anos demonstra a tranquilidade do jovem em aceitar o outro. Na sexta-feira, junto com o Coletivo Estudantil pela Saúde, o Plural realizou um debate sobre as políticas públicas de saúde para a população LGBT. Por fim, no sábado, foi feita uma oficina de cartazes que, no fim da tarde de domingo, foram usados na caminhada que encerrou a 2ª Parada da Diversidade.

Gostou? Compartilhe