Com a descoberta da camada pré- sal surge à oportunidade de o país tornar se um grande exportador de combustíveis e produtos petroquímicos, e de firmar-se como importante centro de bens e serviços no Atlântico Sul no setor petrolífero. Em razão do grande potencial da plataforma continental brasileira e da plataforma continental africana, o Atlântico Sul deverá ser a região com maior crescimento de produção de petróleo e gás natural nas próximas décadas. Em razão dessa descoberta, a Petrobras divulgou a intenção de contratar, até o ano de 2017, quarenta navios-sonda e plataformas de perfuração semi-submersíveis para operação em águas profundas e ultra- profundas. As doze primeiras seriam obtidas por meio de licitação internacional, com recebimento até 2012. Esses navios atenderiam à necessidade de curto prazo da empresa, enquanto a indústria nacional se prepara para construir, de 2013 e 2017, as demais vinte e oito unidades.
A Petrobras divulgou a intenção de atingir uma produção, na camada pré- sal, de 1,2 milhão de barris de petróleo por dia até 2017. Para isso, a Diretoria Executiva aprovou a contratação de dez novas unidades de produção de petróleo do tipo FPSO a serem instaladas na Bacia de Santos. Registre-se que, atualmente, o Brasil refina 1,89 milhão de barris de petróleo por dia. As duas primeiras plataformas serão afretadas de terceiros, terão alto índice de conteúdo nacional e serão destinadas aos projetos-piloto de desenvolvimento. A capacidade de produção diária de cada unidade será de 100 mil barris de petróleo e 5 milhões de m³ de gás natural. As demais oito unidades de produção serão de propriedade da Petrobras e deverão ter capacidade de produção diária de 120 mil barris de petróleo e 5 milhões de m³ de gás natural.
Elas serão fabricadas em série, iniciando com a construção dos cascos no dique seco do Estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, alugado pela Petrobras pelo período de dez anos. Os módulos de produção, a serem instalados sobre os cascos, serão definidos futuramente, após a implantação dos projetos-piloto e da realização dos testes de longa duração.
As metas de produção da Petrobras estão mantidas no Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2013-2017, em relação ao PNG 2012-2016. A meta de produção para 2013 também é a mesma: 2.022 milhões de barris por dia, com possibilidade de variação de 2% para cima ou para baixo. - A produção chegará a 2,5 milhões de barris de petróleo em 2016, 2,75 milhões em 2017 e 4,2 milhões em 2020. Já a produção em barris de óleo equivalente (petróleo e gás) atingirá 3 milhões em 2016, 3,4 milhões em 2017 e 5,2 milhões em 2020. - O índice de sucesso exploratório no pré-sal alcança 82%. O índice no Brasil, incluindo todas as descobertas, é de 64%.
Os pressupostos de financiabilidade do PNG 2013-2017 são: a manutenção do Grau de Investimento da Companhia junto a agências de risco, a não emissão de novas ações, a convergência dos preços praticados internamente aos preços internacionais de derivados, e os desinvestimentos no Brasil e no exterior.
Enquanto o barril do petróleo estiver em torno de US$ 100, esta questão poderá ser resolvida porque hoje o retorno do investimento é grande. O alto custo de produzir petróleo lá embaixo está amarrado à questão econômica. Em áreas à semelhança de Tupi e Júpiter será necessário trabalhar com um patamar no mínimo entre US$ 45 e US$ 50 por barril para ter retorno econômico. O preço alto promove mais investimentos em tecnologia, que desenvolvem ferramentas para romper esses gargalos.
Para a Sociedade Brasileira de Geofísica (SBG), outra dificuldade será trazer o gás natural explorado de Júpiter para o mercado consumidor. Apesar de a reserva ser enorme, é preciso encontrar soluções econômicas. Ultrapassar os gargalos tecnológicos de produção de petróleo na área do pré-sal é uma questão de tempo e investimento. As Ferramentas mais poderosas e sondas mais potentes serão utilizadas. Por fim, a questão que fica é: será que sem reajustar o preço dos combustíveis a Petrobras conseguirá manter o seu plano de investimento? Até quando o maior acionista da Petrobras, no caso o Governo Federal vai bancar os atuais preços no mercado interno para não impactar na inflação. O fato é que a Petrobras está para o Brasil, como a EUA para o mundo.
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