Assistência técnica alavanca produção de leite

A agricultura familiar é responsável por 85% do total produzido, colocando a atividade como estratégica

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Segundo maior produtor de leite do país, o Rio Grande do Sul produz mais de 3,9 bilhões de litros anuais, o que equivale a 12% da produção nacional, ficando atrás somente de Minas Gerais, conforme dados da Pesquisa da Pecuária Municipal divulgados recentemente pelo IBGE. No Estado, a agricultura familiar é responsável por 85% do total produzido, o que coloca a atividade leiteira como uma importante estratégia na composição da renda dos agricultores e no processo de desenvolvimento econômico e social das regiões produtoras. São mais de 134 mil produtores de leite no Estado, que possuem um rebanho acima de 1,5 milhão de vacas, com produção diária de 10,6 milhões de litros de leite. “Esta é uma atividade típica da agricultura familiar no Rio Grande do Sul, em pequenas e médias propriedades, e o expressivo crescimento da produção deve-se ao trabalho desenvolvido pela Emater, que acompanha sistematicamente 30 mil produtores de leite, e às políticas públicas do Governo do Estado voltadas ao setor, como o Programa Leite Gaúcho, da SDR, e o Programa Mais Leite de Qualidade, da Seapa”, destaca o presidente da Emater/RS, Lino De David, ao avaliar os números divulgados pelo IBGE referentes à captação de leite no país em 2012. 

“Nos últimos anos, por força das políticas públicas e da intervenção da Emater - em questões como o manejo do rebanho, melhoramento genético, qualidade do leite e produção de pastagens -, houve a profissionalização dos produtores e, consequentemente, a elevação da produtividade por área e por vaca”, frisa De David. “Para este ano, estima-se um crescimento de 5% na produção de leite no Rio Grande do Sul, colocando-nos mais próximos de Minas Gerais”, projeta o presidente da Emater/RS.

Importância da qualificação
Nos sete Centros de Formação de Agricultores da Emater/RS-Ascar no Estado, a Instituição oferece inúmeros cursos e capacitações aos produtores, com foco em atividades de produção (cultivos e criações), processamento e agroindustrialização de matérias-primas, artesanato, plantas medicinais, gestão de atividades e outras. Desde o início das atividades dos Centros de Formação, em 1995, já foram capacitadas mais de 40 mil pessoas. O investimento fica, em média, em R$ 250 por curso, incluindo material didático, hospedagem e alimentação.

Somente neste ano, foram capacitados cerca de 900 produtores de leite, em cursos com foco na atividade: Bovinocultura de leite; Gestão da produção leiteira; Manejo e higiene da ordenha; Dieta para vacas de alta produção; Inseminação artificial de bovinos; e Reciclagem de inseminadores. “Buscamos melhorar a produção quantitativamente, repassando ao agricultor orientações sobre manejo, alimentação do rebanho e criação da novilha, e qualitativamente, melhorando a genética dos animais e adequando o produtor à Normativa nº 62, do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)”, explica o coordenador e instrutor do Centro de Formação de Agricultores de Nova Petrópolis, Arnaldo José Basso.

Conforme Basso, a bovinocultura de leite representa mais do que uma atividade econômica para a propriedade, possuindo também um importante viés social e ambiental. “Além da geração de renda, a produção de leite ocupa a mão de obra familiar, favorecendo a permanência do jovem no campo. Além disso, como o agricultor produz o alimento para os animais em sua propriedade, não há dependência de insumos externos, e o meio ambiente não é exaurido”, explica, ao lembrar que a Emater/RS-Ascar incentiva a produção à base de pasto.

O agricultor e técnico em agropecuária Marcos Seefeld, de 24 anos, já participou de todos os cursos promovidos pelo Cetanp, e desde então vem aplicando os conhecimentos aprendidos em sua propriedade. “Estamos aumentando a produtividade média em 1,5 litro por vaca ao ano. Há alguns anos, conseguíamos cerca de 20 litros por vaca ao dia. Hoje, chegamos aos 28 litros, com picos de 34 litros ao dia”, afirma o jovem produtor. As 23 vacas em lactação é que geram a principal receita da propriedade. “O leite é o carro-chefe da propriedade. Conseguimos nos manter bem, e os preços nos últimos meses têm sido muito bons. Pretendo continuar na propriedade e tocar o trabalho dos meus pais”, afirmou.

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