OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini

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Psicologia do respeito
Os casos mais comuns aparecem todos os dias, embora poucos tenham merecido o necessário tratamento. Nas mais diversas circunstâncias, o idoso é agredido. Isso pode ocorrer através de xingamento injusto, isolamento, violência por extorsão de dinheiro, até a famigerada violência física. O silêncio sinistro em torno de algumas situações esconde a pressão permanente, a que o idoso é submetido, - onde ele mesmo suporta calado - a vilania de filhos, netos ou parentes que queiram aproveitar-se de sua fragilidade.

Empréstimo
A relativa facilidade ensejada ao aposentado para empréstimos de emergência mediante desconto em folha alvoroçou o apetite de marmanjos sem escrúpulo. O assédio é a forma insistente dos familiares que se aproveitam da pessoa idosa que recebe aposentadoria para sobrevivência. Esta é a mais freqüente das formas de exploração, que facilmente se torna em aflição torturante, entre tantas iniqüidades cometidas por parentes folgados, para não dizer criminosos. Contam-se inúmeros casos de avós, tolhidos de seu sossego para pagar pensão a netos desamparados por pais irresponsáveis.

Central do idoso
Começam a surgir formas, especialmente via judiciário, para concretizar socorro aos mais velhos oprimidos. Esta faixa etária tende definitivamente a aumentar no contexto da sociedade. A constatação de longevidade, no entanto, motivo de celebração para a humanidade, não pode tornar-se arcabouço psicológico de uma esperança de paz na velhice. Tanto as formas de delicadeza com os mais velhos, como as garantias de dignidade estão a exigir mudança de padrão da sociedade. O próprio Cristo, que morreu moço aos 33 anos, quis compensar a humanidade e dedicou seu último suspiro ao momento em que entregou sua mãe para proteger os humanos. Imaginem o que seria da inabalável história de Cristo se os discípulos não tivessem aceitado a liderança de Maria, sua mãe, já idosa. A responsabilidade coletiva requer imediata concentração para atender esta lacuna da convivência, como a Central Judicial do Idoso em Brasília.

Reserva
Algumas decisões judiciais confortam o pensamento de atenção ao idoso. Em Goiás a Justiça atendeu apelo do Ministério Público Federal e determinou inserção de prioridade nos planos habitacionais em 132 municípios. O respeito aos que vivem idade provecta é parte do plano familiar. Jamais se deve esperar por medida judicial.

Retoques:
* O leilão do Pré-Sal desagradou os eternos pessimistas que acreditam muito mais nas grandes empresas multinacionais do que na Petrobras. A presidenta Dilma, no entanto, entende que é chegada a vez da Petrobras, com o reforço de outros grupos. Precisamos lembrar que a estatal brasileira cresceu tanto para agir na hora em que o país precisa.
* Que vai ser puxado, é certo que vai! Para quem já exporta navio e avião, não custa assumir mais este avanço bilionário, que poderá puxar desenvolvimento desde logo.
* Comigo acontece seguido. Ouço uma palavra e imagino conhecê-la, e a gente vai levando, levando, até que um dia é preciso saber do que se trata, mesmo! “Reproche”. Fui conferir o significado. Reproche é ato de censura ou reprovação. É palavra, convenhamos, cheia de charme. E mais, agora minha conhecida. Ah! Tem também o verbo reprochar.
* No próximo dia cinco o Brasil comemora a data de nascimento de Rui Barbosa – a Águia de Haia, definido pelo abolicionista José do Patrocínio (O Tigre da Abolição), como predestinado: “Deus acendeu um vulcão na cabeça de Rui Barbosa”. É preciso reconhecer em Rui, que nasceu em 1849, uma vocação para a construção política. Mesmo com Hermes da Fonseca e Floriano Peixoto parecendo de difícil contato com a lucidez, Rui priorizava a democracia republicana.
* Um preso no regime semi-aberto pode custar Cr$ 1.200,00 enquanto o uso da tornozeleira reduz a um custo menos que trezentos reais. A experiência de Porto Alegre está em observação. Parece eficiente. Além da economia o apenado pode trabalhar. Não é pouco.

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