O executivo tem até o dia 11 de novembro para apresentar um projeto de atendimento às crianças da educação infantil durante o recesso de janeiro. O prazo foi definido durante reunião realizada ontem à tarde, no auditório do Ministério Público de Passo Fundo.
Na proposta apresentada pela promotora de Justiça Regional de Educação, Ana Cristina Ferrareze Cirne, e aprovada por representantes de entidades ligadas ao setor e movimentos comunitários, o projeto deve incluir um diagnóstico sobre a quantidade de crianças que necessitam do atendimento, número e formação dos profissionais para este trabalho, atividades que serão desenvolvidas, escolas pólos, horários e segurança. “Ficou claro na reunião que estas atividades não serão pedagógicas, mas recreativas, lúdicas. Precisamos respeitar o direito de descanso das crianças” afirmou a promotora.
Coordenadora do núcleo infantil da Secretaria Municipal de Educação (SME), Fabiane Placedino, disse que o levantamento sobre o número de crianças iniciou em agosto e deve ser concluído ainda hoje. Baseada nos dados já entregues na Secretaria, a educadora estima que das 3.1 mil crianças matriculadas nas 27 escolas infantis mantidas pelo município, cerca de 150 farão parte do projeto, que deverá ser desenvolvido através da Secretaria Municipal da Criança e da Ação Social (Semcas).
Por várias vezes, durante a reunião, que se estendeu por três horas, o secretário da SME, Edmilson Brandão foi duramente questionado sobre como o executivo estava tratando a questão, sem ferir o direito de férias dos professores e, ao mesmo tempo, garantir um local onde os pais possam deixar os filhos enquanto trabalham. Brandão, que de início chegou a dizer que preferia não se manifestar e apenas ouvir as sugestões dos presentes, elogiou a iniciativa do encontro e destacou a importância da preservação dos direitos tanto dos professores como das crianças. Ele garantiu a apresentação do projeto proposto no encontro. “Já estamos pensando na solução desta questão há bem mais tempo. Não vamos deixar de atender as crianças” declarou. O secretário, que chegou a cobrar da imprensa por não dar o devido espaço para iniciativas da educação, não forneceu detalhes sobre os trabalhos.
Presidente do Conselho Municipal de Educação, Carla Corrales Garce, disse ter ficado satisfeita com encaminhado proposto pelo Ministério Público. “Foi para ambos os lados. Os professores tiveram seu direito de férias assegurado e os pais terão onde deixar seus filhos em janeiro” declarou.
A reunião contou ainda com a participação dos vereadores Márcio Patussi e Sidnei Ávila, ambos do PDT, e da vereadora Claudia Furlanetto.