OPINIÃO

Livre arbítrio

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Lembrei de Flávio Cavalcanti, comunicador que encantava as noites da extinta TV Tupi. Tinha um programa com o título que encabeça essa coluna, além de quebrar discos que julgava porcarias e atrações consideradas fora de série. Numa de suas tiradas, ele sacava: li não sei onde, guardei e dou de graça prá vocês. Pois é, li não sei onde que a ciência passa a considerar a inexistência daquilo que chamamos de livre arbítrio. Sensores colocados em voluntários e conectados a poderosos aparelhos que estimam reflexos elétricos que transferidos a programas de informática, detalham que, mesmo antes da consciência de nossos atos, recebemos ordem para executar essa ou aquela função. Quer dizer o seguinte: aparentemente somos escravos de uma espécie de programa de computador que diz o que devemos, ou não, fazer. É disso que trata o filme Matrix, outro filme Agentes do Destino, o livro Cachorros de Palha, entre tantas publicações a partir de 1960. 

Os gregos acreditavam que não éramos donos de nossas ações e por isso deveríamos seguir as vontades dos deuses. É de onde surgiu a concepção da palavra chamada Destino. Se o Deus da paz deliberar teremos a paz, se o Deus da Guerra imperar teremos a guerra. Aí, surgiu Sócrates e o pensamento que éramos agentes, protagonistas de nossas ações. O Cristianismo persistiu na possibilidade individual da escolha entre o bem e o mal e a devida prestação de contas ao Pai. E agora, bem, agora vem a Ciência dizendo que segundos antes de eu ter a idéia de que deveria escrever sobre esse assunto, teria recebido a ordem de meu computador cerebral de que deveria escrevê-la. Freud chamou esse computador sobre o qual não tenho controle de Inconsciente e que, de alguma forma, seríamos ou nossos atos insanos ou não, escravos incontestes dele.

Estava pensando que somos alimentados, ou o nosso computador interno, pelas milhões de informações que nos chegam a cada dia e que elas são triadas por um intrincado setor cerebral que comandará ações. Quanto mais informações positivas e engrandecedoras recebermos mais ações positivas e engrandecedoras executaremos. É por isso, talvez, que a gente não devesse assistir a programas de TV que exibam sacanagens como Big Brother, Datena e Jornal Nacional. Pode parecer que o mundo é essa porcaria. O que será que devemos ensinar aos nossos filhos? A vida que é ou a vida que deveria ser ? Se a vida que deveria ser e não é, acontece por culpa de quem?

PS – sobre as biografias de famosos se devem ou não ser autorizadas pelos mesmos: Primeiro, as informações repassadas deveriam ser absolutamente checadas sob pena de perjúrio ou infâmia e segundo autobiografia geralmente é um livro em que o camarada escreve contando como gostaria de ser.

 

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