Na semana que antecede o Dia de Finados a procura por flores aumenta. Enquanto muitas lojas expõem flores artificiais que duram muito tempo, um casal de produtores rurais aposta em uma flor natural que pode durar até um ano sem precisar ficar na água. Além de bonita, a flor do campo foi uma excelente alternativa de renda encontrada por um casal de produtores rurais da localidade de São Roque no interior de Passo Fundo. Durante os meses de maio a dezembro uma parte da propriedade de dois hectares é ocupada para o cultivo das flores.
O casal Claudete e Juraci Strello produz a espécie há pelo menos seis anos. Os 16 canteiros, cultivados entre maio e dezembro, têm extensão entre 30 e 40 metros. Eles são suficientes para praticamente cobrir os custos da faculdade de uma das filhas durante um ano. De acordo com ele o rendimento é muito maior em comparação com as hortaliças, que revezam a área no restante do ano. As flores têm boa aceitação pelos consumidores. A maior parte é vendida na Feira do Produtor nas segundas e quartas-feiras à tarde e aos sábados pela manhã. Outra parte é revendida para floriculturas.
De acordo com Claudete, a durabilidade da flor é de até um ano. O ramo seca, mas a parte colorida se mantém sem a necessidade de deixar as flores na água. Algumas floriculturas e empresas de decoração também utilizam a flor em arranjos diversos.
Cuidados
O único tratamento feito antes do plantio é a adubação do solo. O sistema de irrigação utilizado para as hortaliças também serve para fornecer água às flores. Como não há pragas que ataquem a plantação, não é necessário fazer outros manejos durante o desenvolvimento. No momento de colher, só são retirados os ramos prontos, os demais permanecem em desenvolvimento. Cada planta pode produzir o equivalente a três buques durante o ciclo.
O trabalho é todo manual, o que dificulta a ampliação da área cultivada. “Se tivesse como produzir mais, teria mercado”, observa Strello. Ele exemplifica que se fosse plantada uma área de um hectare com as flores do campo, a venda do buquê a R$ 5 representaria uma renda de aproximadamente R$ 250 mil por safra. Segundo o produtor, a maior parte das flores do campo vendidas em floriculturas do município e da região, é proveniente de São Paulo.
