A Polícia Federal indiciou 41 pessoas por fraude no INSS que causou um rombo de R$ 4 milhões aos cofres da Previdência Social e prejuízos para dezenas de empresas. As 10 pessoas que comandavam o esquema foram indiciadas por estelionato, formação de quadrilha e falsificação de documento. Os outros 31 envolvidos eram segurados que tinham conhecimento do esquema e receberam benefícios fraudulentos. Eles foram indiciados por estelionato. As investigações foram concluídas em agosto deste ano.
O esquema foi desarticulado em 2011, durante a Operação Van Gogh, que foi uma força-tarefa entre Polícia Federal, Ministério Público Federal e Previdência Social. Na época, o número recorde de atestados por depressão chamou a atenção. Foram emitidos 420 atestados, todos por depressão, para funcionários de uma mesma empresa. Enquanto a média de atestados no país era de 10%, em Passo Fundo, eles representavam 40%.
De acordo com o delegado da Polícia Federal, Celso André Nenê Santos, entre os indiciados estão três médicos, dois funcionários do INSS, um vigilante, um assessor parlamentar e um despachante. Depois de concluída a investigação, em agosto deste ano, a Polícia Federal recebeu os relatórios da Previdência Social baseados nos documentos apreendidos durante a operação. Isso significa que mais pessoas podem ser indiciadas. “É provável que apareçam mais segurados que receberam benefícios fraudulentos, mas todos os integrantes da organização criminosa, que organizavam o esquema, já foram indiciados”, revelou Santos.
O delegado da Polícia Federal informou que agora cabe ao Ministério Público Federal oferecer a denúncia contra estas pessoas e depois aguardar a decisão judicial que determinará ou não uma sentença condenatória para prisão.
A Gerência Executiva da Previdência Social de Passo Fundo aguarda comunicado oficial da Polícia Federal sobre as investigações e, por isso, preferiu não se manifestar neste momento. Os dois funcionários administrativos indiciados permanecem afastados por decisão judicial.