Rodrigo Constantino lançou a obra acima recentemente, sendo bem recebida pela crítica do centro do país. Trata das incongruências e das falsas retóricas dos iluminados que plantam soluções socialistas e comunistas enquanto aproveitam do bem-bom. Constantino havia lançado e eu adquiri em 30.12.2004, na Ramires, o instigante Prisioneiros da Liberdade, o qual li e reli, principalmente quando fazia plantões noturnos no Postão da Fagundes dos Reis.
Na página 37 desse livro há um programa de governo que, se colocado à prática, seria o deleite. Eis: a) obrigação do governo de prover aos cidadãos oportunidades adequadas de emprego e vida; b) as atividades do indivíduo não podem se chocar com os interesses da comunidade, devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral; c) demandava o fim do poder dos interesses financeiros, assim como a divisão dos lucros pelas grandes empresas; d) demandava grande expansão dos cuidados aos idosos e que o governo deve oferecer uma educação pública muito mais abrangente e subsidiar a educação das crianças com pais pobres; e) o governo deve assumir a melhoria da saúde pública protegendo as mães e filhos e proibindo o trabalho infantil; f) apoiava o desarmamento civil para combater a criminalidade; g) combatia o espírito materialista e afirmava ser possível uma recuperação do povo somente através da colocação do bem comum à frente do bem individual. São coisas bem intencionadas, mas como diz o pensador Lair Ribeiro – intenção sem ação é pura ilusão.
Esses acima são alguns itens do programa de governo do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha em 1920 que levou Hitler ao poder poucos anos depois. Boas propostas e deu no que deu.
Há no livro de Constantino crônicas e frases reflexivas como a de Shakespeare – guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. Como a de Thomas Szasz – os estúpidos não perdoam nem esquecem, os ingênuos perdoam e esquecem e os sábios perdoam, mas não esquecem. Como a de Cardeal Retz – quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito. E, uma de Winston Churchill – o vício intrínseco do capitalismo é a partilha desigual do sucesso; o vício intrínseco do socialismo é a partilha equitativa do fracasso.
Você, leitor, capitalista ou socialista-comunista deve lembrar sempre que no capitalismo o homem explora o homem e no sócio-comunismo acontece o inverso, ou seja, o homem explora o homem.
Não há regime ou sistema de governo que vá melhorar as pessoas, ou livrar as pessoas do egoísmo e de seus mesquinhos projetos pessoais.
Melhor mesmo é terminar a crônica com a frase do grande pensador Bussunda: não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que é que ele pode fazer por mim.
Cara, há no mundo muita retórica e pouca ação e é preciso reconhecer sobre nossa geração de cinquentões: nóis falhemo.