OPINIÃO

Micronutrientes: realmente importantes?

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            Quando nos referimos à Vitamina A, Ferro e Iodo, podemos dizer que aproximadamente 1/3 da população mundial é afetada por alguma dessas carências. Assim, seu déficit um problema de relevância mundial.

            No Brasil, o Ministério da Saúde tem programas contínuos de apoio para tentativa de erradicação dessas deficiências, como por exemplo, a suplementação de Vitamina A, Ácido Fólico, Sulfato Ferroso com adição em alimentos como farinhas, arroz e inclusão do Iodo no sal de cozinha.

            A Vitamina A tem inúmeras funções no organismo: prevenção de cegueira por hipovitaminose A, auxílio no processo de diferenciação celular, em processos imunitários para ação dos linfócitos T e macrófagos.

            A deficiência de Vitamina A, além da alteração visual, pode contribuir com aumento da mortalidade por outra doenças, como o sarampo e diarréia em função de redução da capacidade de reação do sistema imunológico em situações de estresse, principalmente em crianças.

            O tratamento de gestantes com deficiência de Vitamina A demonstrou redução da mortalidade geral além da redução de casos de cegueira.

            Mais importante que o tratamento dos casos de deficiência vitamínica é a utilização de uma dieta que a contenha sem necessidade de complementos. Infelizmente é senso comum que os problemas sociais mundiais de acesso ao alimento ainda fazem com que uma a cada oito pessoas sofra por desnutrição.

            Os alimentos como óleos em geral contém Vitamina A ou seus precursores.

Fígado de peixes de água salgada, carne de peixe, ovos, leite e derivados. Ainda poderá ser encontrada em vegetais com coloração verde-escuro, frutos amarelos e raízes de coloração alaranjada.

            Quando referimo-nos à anemias os números de sua frequência entre a população é muito maior. Sabe-se que no mundo tem-se uma prevalência de aproximadamente 30%. Claro que esse valor poderá variar muito conforme a faixa etária e condição social estudada. Nas crianças com menos de 5 anos de idade, na América Latina, sua estatística é de 12 a 69%.

            Outro agravante, no caso de crianças, é sua comum associação com parasitoses intestinais que podem ser causa ou cofator para a anemia.

            Sua importância também é grande se falarmos em gestantes que necessitam utilização de reservatórios maiores em função das modificações fisiológicas da gravidez.

            Das anemias, a ferropriva é a mais prevalente e, geralmente, associada à ingestão de quantidades de ferro insuficientes ou utilizada com alimentos incompatíveis (dificulta a  absorção) e por perda em função de doenças parasitárias intestinais.

            Para tratamento, ou prevenção, da doença utiliza-se (nos grupos mais susceptíveis reposição por via oral e nos casos mais graves, reposição por via venosa). A absorção e auxiliada por alimentos cítricos, como por exemplo a laranja.

            Desde o ano 2001, o Brasil, utiliza um programa de "fortificação" de alguns alimentos, como por exemplo farinhas de trigo e milho, onde são repostos ferro  e ácido fólico.

            Tem-se também um programa que preconiza a reposição de Ferro e Sulfato Ferroso em crianças dos 6 aos 18 meses e nas gestantes à partir da 20a Semana Gestacional até o terceiro mês pós parto.

            Quanto ao Iodo pode-se dizer que trata-se de um íon que pode causar inúmeros distúrbios que podem variar desde o cretinismo até o hipotireoidismo severo com coma mixedematoso.

            Geralmente acomete pessoas que vivem em áreas de grandes enchentes ou inundações (Iodo do solo é removido).

            Desde o ano de 1974 tornou-se obrigatório sua complementação com a iodação do sal de cozinha e também pode ser encontrado em dietas com frutos do mar.

            Apesar dos esforços de governos e da melhora da qualidade de vida o déficit de alimentos e por consequente a desnutrição calórico-protéica e os distúrbios de macronutrientres ainda persitem como problemas de saúde pública mundiais.

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