Quem passeia por Passo Fundo frequentemente encontra plantas que produzem frutas como ameixa, amora, araçá, bergamota, butiá, cereja, guabiroba, jabuticaba, laranja, limão e pitanga. As frutas coloridas, frescas e ao alcance das mãos transformam algumas ruas em fruteiras a céu aberto com oferta abundante e gratuita. O que pode ser muito bom do ponto de vista social, pode se tornar um problema quando não são levados em conta aspectos como a contaminação devido à poluição e os transtornos que os frutos caídos e não recolhidos podem causar.
Quem explica os problemas que o uso de árvores frutíferas na arborização de vias públicas são o engenheiro agrônomo da Emater Ivan Guarienti e o professor e pesquisador do curso de Agronomia da UPF Alexandre Nienow. De acordo com eles, a fuligem liberada pelos veículos é formada por diversos componentes que podem ser tóxicos. No caso de plantas que ficam ao lado das ruas ou rodovias esses elementos acabam se depositando sobre as folhas e frutos. Com o consumo direto, sem ao menos lavar os frutos como muitas vezes acontece, as pessoas acabam ingerindo essas substâncias. Nienow esclarece que nem sempre o consumo desses frutos irá causar algum tipo de mal estar instantâneo, porém dependendo do tipo de substância depositada ela pode acumular no organismo e causar efeitos nocivos ao longo do tempo.
Outros problemas causados pelas frutíferas plantadas em vias públicas são os danos que elas podem causar em veículos estacionados, entre eles manchas na pintura em casos de frutos de cores fortes como a jabuticaba e o mau cheiro quando eles não são recolhidos do chão. Os frutos caídos podem causar alguns tipos de acidentes, como a queda de pedestres, por exemplo.
Lado bom
Um dos pontos positivos do uso de frutíferas em áreas urbanas é o oferecimento de alimentos para a fauna, principalmente os pássaros. Para isso, a localização dessas plantas deve ser planejada a fim de se evitar as beiras de ruas. O plantio em áreas de menor circulação em parques e praças é uma das alternativas apresentadas por Nienov. “Nessas áreas onde as pessoas não estão circulando constantemente sob as árvores, os frutos caem e se decompõem e não trazem grandes consequências”, pontua.
No pátio
Ao contrário das frutas à disposição na rua, aquelas que são plantadas nos pátios das casas geralmente são lavadas antes do consumo o que diminui a incidência de produtos tóxicos. “O problema é quando a pessoa come direto, sem lavar. Em locais de muito fluxo gera uma preocupação quando a toxicidade e até a preservação das árvores que poderão ser danificadas, eventualmente, por pessoas que queiram subir para colher os frutos”, acrescenta Nienow.
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