Mancha
A prisão do assessor parlamentar acusado de tráfico de drogas mancha, sim, a imagem da Câmara de Vereadores. Mas, não tanto quanto atinge politicamente a imagem do vereador Eduardo Peliccioli, PSB. Pagará um preço alto por ter confiado a quem considerava um amigo o cargo de chefe de gabinete, função máxima na hierarquia de um gabinete parlamentar. Peliccioli, porém, não tem nada a ver com os crimes que são imputados ao seu ex-assessor como deixou claro o delegado da Polícia Federal Mário Vieira, depois de comandar a prisão do acusado. A PF investigou todo o gabinete e concluiu que não havia qualquer envolvimento dos demais com tráfico de drogas.
Reflexão
A legislação determina que servidores públicos, concursados ou que ocupam cargos de confiança, antes de serem nomeados, devam apresentar a chamada ficha corrida, uma espécie de negativa da Justiça, dando ciência de que o candidato ao cargo não tem condenações ou responde por algum tipo de crime. É uma exigência que vem bem antes da ficha limpa e que objetiva prezar o serviço público. Mas, nem todos os órgãos públicos nas mais diferentes esferas utilizam este critério. A Câmara de Passo Fundo faz esta exigência. No entanto, se a pessoa não tem nenhum processo em andamento na Justiça ou condenação, nada vai constar contra ela. E isso exclui eventuais investigações policiais em andamento. Os critérios na hora de contratar podem ser revistos.
Cargos
O vereador Eduardo Peliccioli afirmou ontem em nota oficial que desconhecia qualquer envolvimento do seu assessor com o crime. No entanto, o vereador não seguiu uma regra do estatuto que determina competência para o partido indicar 30% dos cargos que seriam nomeados no gabinete. Peliccioli não abriu mão de fazer todas as indicações. A decisão gerou debate forte interno e até motivou pedido para que a comissão de ética examinasse o caso. Não avançou.
Silêncio
Entrou mudo e saiu calado. É a síntese da passagem do ministro da Justiça Eduardo Cardozo, ontem de manhã, em Passo Fundo. Por quase duas horas se reuniu com representantes indígenas. O teor da conversa não foi revelado. O ministro só se manifestou em Porto Alegre, depois de participar de outra reunião. Mas, sem apresentar qualquer indicativo de uma solução a curto prazo.
Precedente
A decisão é temporária, mas pode abrir precedente. O prefeito Luciano Azevedo decidiu liberar, por um ano, o estacionamento no trecho da Moacir da Mota Fortes. É o tempo para que comerciantes possam assimilar a mudança exigida pelo BID e sem a qual não pode ser concluído o projeto do novo anel viário. O precedente fica por conta de outras mudanças na cidade: o Executivo fica vulnerável a ter que atender pedidos de outros grupos que não concordarem com eventuais alterações.