Galpão da Donária poderá reciclar lixo eletrônico

Abep e Núcleo de Resíduos da Smam estiveram em Cruz Alta para conhecer exemplos de empresas que atuam com lixo eletrônico para tentar implantar a reciclagem destes resíduos em Passo Fundo

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A Associação Beneficente Ensine a Pescar (Abep), que coordena o galpão da Donária, e o Núcleo de Resíduos da Secretaria do Meio Ambiente conheceram na manhã de ontem (20) o trabalho de reciclagem do lixo eletrônico em empresas de Cruz Alta. O objetivo é utilizar a experiência para implantação da reciclagem destes resíduos no galpão da Donária. O galpão foi inaugurado há cerca de um ano com o objetivo de atuar na separação e reciclagem de resíduos, mas nunca funcionou na prática. Caso o projeto avance, o município terá o primeiro espaço público destinado ao lixo eletrônico.

O galpão que não está sendo utilizado para o serviço de reciclagem possui 600 m² e custou cerca de R$ 400 mil, provenientes do Governo Federal e contrapartida do Município. Para o espaço não ficar ocioso, o galpão está sendo utilizado atualmente para oficinas de capacitação promovidas pela Abep em parceria com a Universidade Popular.

Em Passo Fundo, há outros galpões de reciclagem em funcionamento que atuam com resíduos da coleta seletiva, mas nenhum trabalha com o lixo eletrônico. “Já temos galpões que fazem a coleta seletiva em Passo Fundo e a Donária poderia fazer um trabalho diferenciado. Estamos em negociação com a Secretaria do Meio Ambiente para uma possibilidade de fazer a reciclagem de lixo eletrônico”, revelou a coordenadora de projetos da Abep, Lina Prante.

Na quarta-feira, duas empresas em Cruz Alta que atuam com lixo eletrônico foram visitadas. “Conseguimos ter uma boa visão de como funciona este trabalho. Há várias maneiras de separar o lixo eletrônico e muitas classificações. A Donária possui metade da infraestrutura necessária que é o galpão, mas é preciso equipamentos e capacitação da mão de obra ainda. Tudo precisa ser feito com planejamento. Quem vai decidir se quer a reciclagem do lixo eletrônico é a comunidade”, salientou Lina.

Além de capacitação e mão de obra serão necessárias modificações nas portas de acesso do pavilhão para facilitar a entrada dos resíduos eletrônicos no pavilhão. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Enilson Gonçalves, o galpão está sendo reformulado porque a construção foi projetada equivocadamente no meio de uma área residencial. “O local não é adequado para receber qualquer tipo de lixo porque dependendo pode até provocar um impacto de vizinhança”, disse o secretário.

Neste sentido, a Secretaria do Meio Ambiente e a Abep pensaram em algumas alternativas para ocupar o galpão e prospectaram a triagem e comercialização de lixo eletrônico. “O núcleo de resíduos da Secretaria do Meio Ambiente e a Abep foram até Cruz Alta e agora vamos nos reunir no dia 2 de dezembro. Este seria o primeiro espaço público destinado à reciclagem do lixo eletrônico no município”, destacou Gonçalves.

No próximo dia 30 de novembro, às 8h30, será realizada uma reunião no galpão da Donária para a comunidade opinar. No dia 02 de dezembro, o encontro com a Secretaria do Meio Ambiente será às 14h.

Galpão da Bom Jesus completa um ano

O galpão da Bom Jesus foi inaugurado junto com o galpão da Donária, em novembro de 2012. Os recicladores da Arevi também sofreram devido a falta de material no início das atividades. A presidente da Arevi, Ângela Maria Pereira Melo, disse que no começo havia 10 recicladores, mas muitos desistiram devido a pouca rentabilidade do negócio. “O começo foi difícil, porque não tinha material. Teve meses que deu apenas cem reais. Muitos desistiram, mas eu não abandonei o barco. Sempre trabalhei com a reciclagem e lutamos muito para ter este espaço”, disse Ângela.

Atualmente, caminhões da Codepas entregam o material coletado durante três vezes por semana no galpão. A presidente da Arevi explicou que cada um dos recicladores recebe por hora trabalhada. Em um dos meses o salário chegou a R$ 1,3 mil. Em outubro foram reciclados 8 mil toneladas e neste mês a estimativa é que chegue a 10 mil. Ângela disse que se houvesse mais material o número de recicladores poderia ser aumentado.

Uma das dificuldades é o acesso dos caminhões que não conseguem entrar no pavilhão. “É preciso tirar aquele palco na porta para que o caminhão consiga entrar. Os materiais são descarregados no pátio e temos que puxar tudo pra dentro”, contou Ângela.

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