A CDHPF (Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo), entidade filiada ao MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos) que há 29 anos atua em Passo Fundo recebeu o reconhecimento do Prêmio Boas Práticas de Direitos Humanos da Ajuris em evento realizado no dia 20 de novembro, em Porto Alegre, pela execução do Projeto Mulheres da Paz. O prêmio foi recebido pela associada da Comissão de Direitos Humanos Beatriz Lang, presente no evento. Além do certificado, a entidade recebeu R$ 5 mil para serem investidos com a continuidade do Projeto.
A Comissão dedica o prêmio à Silvia Aparecida de Miranda, Mulher da Paz brutalmente assassinada ao defender sua filha de violência doméstica. Vinculado ao Pronasci, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública de Passo Fundo, envolveu 200 mulheres de 20 bairros de Passo Fundo. O Projeto Mulheres da Paz foi executado pela CDHPF, em parceria com as PLPs (Promotoras Legais Populares) e IFIBE (Instituto Superior de Filosofia Berthier).
Mulheres da Paz deixou de ser apenas uma marca, ou simplesmente nome de um Projeto, pelo menos para as mulheres que dele participam há mais de um ano. Para elas, as Mulheres da Paz, o projeto constituiu-se numa identidade, a partir da qual desejam continuar seu trabalho nas comunidades: defensoras de direitos humanos ou articuladoras sociais de cidadania. O reconhecimento de seu trabalho pelas entidades dos bairros, pelas famílias visitadas e pelas mulheres que são orientadas e encorajadas a enfrentar a violência da qual são vítimas motiva-as pela continuidade do trabalho social. As mulheres nutrem um grande desejo de compartilhar conhecimentos, experiências de vida e cidadania. Descobriram, sobretudo que, ao compartilhar parte de sua vida e de seu tempo aos outros, são imensamente recompensadas por sorrisos, agradecimentos e reconhecimentos de muita gente humilde e desamparada.
O trabalho social desenvolvido pelas Mulheres da Paz em 22 bairros da cidade, a pouca evasão das participantes, a luta contra a impunidade em relação ao caso do assassinato de Sílvia Aparecida de Miranda, o prêmio Nacional do Curta “Sílvia” concedido pelo Congresso Nacional, a conquista da Patrulha Maria da Penha para Passo Fundo e a importância da orientação e combate à violência contra a mulher são razões suficientes para se afirmar que a execução do projeto foi plena de êxito.